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Governo Federal recorre de decisão que suspende leilão da Eletrobras Piauí

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Foto:Ascom

A Advocacia-Geral da União (AGU) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentaram nesta sexta-feira (13/7) ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) um pedido de derrubada da liminar que suspendeu o leilão de seis distribuidoras de energia da Eletrobras, entre elas a do Piauí. A suspensão do leilão foi determinada nesta quinta-feira (12/7) pela juíza Maria do Carmo Freitas Ribeiro, da 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro.


A decisão foi dada em resposta à ação da Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEL), que apontou falta de conclusão do processo licitatório, uma vez que ainda não há autorização legislativa para a venda das distribuidoras. No recurso entregue ao TRF2, a AGU contesta a interpretação e argumenta que a autorização já foi dada por diversos dispositivos legais, como as leis nº 13.334/16, 12.783/13, 9.648/98, 9.619/98, 9.491/97 e 9.074/95.

Os órgãos federais destacaram ainda que o Tribunal de Contas da União (TCU) reconheceu recentemente a legalidade do leilão no Acórdão nº 1199/18. Além disso, indicaram que a manutenção das subsidiárias sob controle da Eletrobras colocará em risco a continuidade do fornecimento de energia elétrica nos estados do Acre, de Alagoas, do Amazonas, do Piauí, de Rondônia e de Roraima, onde as empresas atuam. E acrescentaram que haverá onerarão excessiva aos consumidores locais.

O juiz da 2ª Vara da Justiça Federal em Teresina, Márcio Braga Magalhães, chegou a suspender a assembleia geral (AGE) realizada pelos acionistas da empresa e que decidiu pela privatização. A ação foi proposta pelo Sindicato dos Urbanitários do Piauí (Sintepi), que conseguiu provar na Justiça que a ata de assembléia foi fraudada.

No Piauí, o presidente do Sintepi, Paulo Sampaio, garante que dia 17 a categoria irá iniciar uma paralisação contra a privatização  caso o Governo Federal não suspenda o leilão previsto para o dia 26 de julho. A a categoria deve cruzar os braços nos dias, 25 e 26 de julho.

Na visão da AGU, diante das restrições financeiras da União e da Eletrobras para fazerem os investimentos necessários, as subsidiárias, que dependem de elevadas aplicações de recursos, ficam prejudicadas. Pelos cálculos da AGU, no ano passado, as seis empresas acumularam prejuízo de R$ 4,5 bilhões e as operações são mantidas pela Reserva Global de Reversão (RGR). Esses recursos, no entanto, terão que ser devolvidos no futuro ao sistema elétrico por meio de ajustes tarifários. 

A AGU e o BNDES entendem também que se as distribuidoras não forem vendidas, teriam que ser liquidadas pela Eletrobras. Para isso, os dois órgãos alertaram que poderá ocorrer demissão de funcionários e risco de descontinuidade no fornecimento de energia para os estados.

Além da Eletrobrás Piauí, a decisão também engloba a Companhia Boa Vista Energia S.A., a Companhia Energética de Alagoas, a Centrais Elétricas de Rondônia S.A., a Companhia de Eletricidade do Acre S.A. e a Amazonas Distribuidora de Energia.

Lídia Brito
Com informações do Correio Braziliense 

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