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CRM fará nova visita à Evangelina Rosa para decidir sobre interdição

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Foto: Arquivo Cidadeverde.com

O Conselho Regional de Medicina do Piauí fará, nesta semana, uma nova visita de inspeção à Maternidade Evangelina Rosa, para decidir se a única maternidade de alta complexidade do estado terá realmente que ser interditada. 

Antes, o prazo para interdição era até o dia 18 de julho, mas o CRM-PI decidiu prorrogá-lo após reunião com o governo. Na ocasião foram apresentados documentos que comprovam a compra de materiais e medicamentos que faltavam para o funcionamento regular do local.

A visita de inspeção está marcada para esta sexta-feira (27).

A interdição foi definida em junho, após uma comissão de fiscalização ter visitado a maternidade e constatado problemas na estrutura física, falta de medicamentos e materiais para exames. No mesmo mês, três casos de mortes de mulheres por infecção foram confirmados.

Também pesa contra a Evangelina Rosa a alta taxa de mortalidade infantil, que representa quase três vezes a média nacional de 2018 - a maternidade já atingiu 43,75 mortes a cada mil nascimentos nesse ano, enquanto a média nacional é de 15 mortes a cada mil nascimentos. Mas a direção argumenta que as mortes ocorrem porque são casos de alto risco, que não podem ser atendidos em outro local.

Direção afirma tranquilidade

O diretor da maternidade, Francisco Macedo, diz estar tranquilo com a inspeção, por considerar que todos os itens apontados pelo Conselho foram atendidos pela direção da unidade e pela Secretaria de Estado da Saúde.

“Estamos muito tranquilos sobre a inspeção que vai acontecer no próximo dia 27. Além dos itens apontados pelo CRM, incrementamos outros, como adequações físicas que foram feitas para a descida de material e insumos aos setores”, comenta o diretor.

Segundo ele, foram investidos mais R$ 1 milhão em reformas do centro cirúrgico e do centro obstétrico, além da Central de Materiais, onde são esterilizados materiais para uso cirúrgico e obstétrico, por exemplo, e reformas nas UTI materna e neonatal, que totalizam 40 leitos. "Foi substituído todo piso do centro obstétrico e revisado o do centro cirúrgico, além de outras melhorias”, comentou Macedo.

“Também recebemos equipamentos que vão contribuir de forma significativa no atendimento aos pacientes, principalmente para o centro cirúrgico, como focos e mesas cirúrgicas, autoclave, camas PPP (utilizadas em pré-parto, parto e pós-parto)”, pontua. Neste item, segundo ele, foram mais de R$ 660 mil em investimentos.

Em relação aos insumos e medicamentos, Macedo relata que já estão regularizados,inclusive com contrato firmado para aquisição de surfactante. "Ainda nesta semana, a maternidade será totalmente abastecida, com frascos disponibilizados para até seis meses”, garante.

Óbitos 

Francisco Macedo afirma que as investigações dos óbitos maternos foram encerradas e os resultados apontam que nenhum deles foi por conta de infecção hospitalar adquirida na maternidade.

Segundo a direção da Evangelina Rosa, dois óbitos foram causados por doenças pré-existentes, como problemas cardíaco e outro neurológico (lúpus eritematoso sistêmico); duas pacientes deram entrada, advindas de outras unidades, com processo infeccioso generalizado (septicemia); um óbito não teve causas conclusivas, mesmo atendendo a todos os protocolos de investigação. O gestor relata que a desinfecção da casa é feita de forma continuada.

Limpeza

Outro ponto elencado pelo CRM se refere à limpeza concorrente e terminal, que segundo Macedo, também foi atendido em sua totalidade, com a supervisão da ANVISA e DIVISA, e obedecendo todo cronograma exigido pelas autoridades sanitárias.

“Esse conjunto de ação, feito numa gestão compartilhada, entre o pessoal da Maternidade, Secretaria de Saúde, Conselhos(de Medicina e Enfermagem), Ministério Público, nos deixa tranquilos de que estamos todos imbuídos em fazer dessa unidade efetivamente a maior e de melhor qualidade na assistência à mãe e ao bebê”, finaliza Macedo.

Jordana Cury
[email protected]

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