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Preso suspeito de matar estudante Ruan Pedreira na Copa do Mundo de 2014

Atualizada às 11h45

O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) confirmou a prisão do suspeito de assassinar o estudante Ruan Pedreira, 21 anos. O crime ocorreu na Copa do Mundo de 2014 após um dos jogos da seleção brasileira. O caso teve grande repercussão. As investigações apontaram que a vítima foi morta por engano. 

O suspeito identificado como Erlândio Miranda Coelho foi apontado como o autor do disparo. De acordo com a Polícia Civil, no dia do crime, o suspeito estava dentro de um bar e após ser expulso efetuou vários disparos com pistola 380 sendo que um dos tiros atingiu a cabeça do estudante que passava pelo local. 

"Esse indivíduo chegou em um bar às margens do Rio Parnaíba e tentou adentrar com a namorada levando bebida, mas foi impedido. Lá, ele teve uma discussão com o segurança, jogou um copo de bebida no rosto do segurança e foi imobilizado e jogado pra fora. Então, ele foi até em casa, pegou uma pistola 380 e voltou, começou a fazer disparos em direção ao segurança. Nesse momento, houve uma correira e um dos tiros atingiu a cabeça do Ruan", disse o delegado.

O diretor do DHPP, Francisco Costa, o Baretta, conta que o suspeito foi preso na cidade de Piripiri, no Norte do Estado, após ser flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com uma CNH falsa. 

"Nosso serviço de Inteligência estava investigando a participação dele em outros crimes como roubos e estouro de caixas eletrônicos. Contudo, ele foi abordado na BR-343 pela PRF e autuado por uso de documento falso, pois estava com uma CNH falsa. Então, sabíamos que ele não ia ser solto por fiança. Deslocamos uma equipe do DHPP para o presídio e confirmamos que se tratava dele", explica o delegado Baretta.

O caso de Ruan passou por cinco delegados e o corpo do jovem chegou a ser exumado para ajudar nas investigações. 

Interrogatório

Baretta comentou que o suspeito de matar o estudante permaneceu praticamente calado durante o interrogatório. Segundo o delegado, ele disse apenas que "não tinha a intenção de matar Ruan". 

"Ele se negou a falar usando o silêncio constitucional. Contudo, não temos dúvidas. Tanto que tivemos fundamento de pedir a conversão da prisão temporária em preventiva", acrescenta o delegado.

"É um direito dele ficar calado. Ele disse apenas que não queria matar o Ruan. O suspeito foi reconhecido por testemunhas, foi feita a reprodução simulada e sabíamos também a placa do carro que ele usou no dia do crime. O inquérito policial foi concluído e encaminhado à Justica", complementa Baretta.

Erlândio é natural da Bahia e tinha antecedentes criminais por porte ilegal de arma de fogo. Ele permanece preso na penitenciária Mista de Parnaíba, no litoral do Piauí. 


Suspeito foi preso após ser flagrado pela PRF com uma CNH falsa Foto: PC-PI

Família de Ruan

A prisão do suspeito de matar o jovem Ruan Pedreira foi uma surpresa para os familiares da vítima.  Abalados, a família preferiu, neste momento, se pronunciar por meio de uma nota. A prisão foi divulgada nesta segunda (06) pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Em nota, a família agradeceu os serviços prestados pelo DHPP e o papel da imprensa pela ampla cobertura, e disse ter conhecimento da prisão de Erlânio Miranda Coelho. 

Em um rápido telefonema ao Cidadeverde.com, a tia do jovem, Jaqueline Nobre, disse apenas que a morte do estudante é “uma ferida que não cicatriza”. Ela encaminhou a nota à redação do portal (veja ao final da matéria).

Veja a nota na íntegra:

NOTA DA FAMÍLIA 

A família de Ruan Pedreira esclarece estar ciente da prisão do acusado Erlândio Miranda, autor do disparo que vitimou nosso ente querido.

Agradecemos aos serviços prestados pelo Departamento de Homicídios, em especial ao Delegado Baretta e Delegado Danúbio Dias.

Infelizmente o ocorrido não traz o Ruan de volta para nosso convívio, mas ao menos deixa registrado que o caso não caiu no esquecimento. Esperamos que o processo que virá a seguir se desenrole de modo a concretizar a justiça que clamamos, já que tamanho estrago destruiu uma família.

Os pais de Ruan permanecem inconsoláveis e os familiares totalmente desolados com esta situação.

Por fim, agradecemos também o papel da imprensa pela ampla cobertura e apoio ao caso Ruan Pedreira.

 

Graciane Sousa e Carlienne Carpaso
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