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Sérgio Cabral é interrogado hoje sobre compra de votos

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Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) será interrogado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, nesta quinta-feira (9). A audiência é decorrente da Operação Unfairplay, que investiga a suposta compra de votos para a realização da Olimpíada no Rio.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Sérgio Cabral ordenou a compra do voto de Lamine Diack, membro africano do Comitê Olímpico Internacional (COI). O pagamento de R$ 2 milhões, diz a denúncia, foi intermediado por Carlos Arthur Nuzman, então presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, e bancado pelo empresário Arthur Soares, o Rei Arthur, amigo pessoal de Cabral.

Também nesta quinta, o magistrado vai ouvir Leonardo Gryner, ex-diretor de operações do Comitê Rio 2016. Ele era o braço direito de Nuzman e teve encontros com o filho de Lamine Diack, a quem teria pago os R$ 2 milhões. Com o avançar das investigações, procuradores concluíram que o pagamento significou a compra de votos em bloco de outros representantes do COI no continente.

Segundo os investigadores, as provas colhidas na primeira etapa da “Unfair Play” mostram evidências de que Nuzman e Gryner foram os agentes responsáveis por fazer a ligação entre o esquema de propinas de Cabral e membros africanos do COI, por meio de Arthur Soares.

Em depoimentos anteriores, Cabral negrou a compra de votos. Com a vitória da Rio-2016, várias obras foram realizadas com dinheiro público. Pouco antes da eleição, autoridades e empresários foram flagrados com guardanapos na cabeça numa festa em um restaurante de Paris — dentre eles, Cabral. O episódio ficou conhecido como "Farra dos Guardanapos".

"Pode ter havido (na Farra dos Guardanapos) uma comemoração antecipada (da vitória da Rio-2016) daqueles que mais lucraram com a Olimpíada no Brasil", diz a procuradora Fabiana Schneider.

Em junho, o jogador Pelé e o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, já preso, foram ouvidos como testemunhas de defesa de Cabral e de Nuzman, respectivamente, na ação. O ex-presidente negou saber de qualquer "negociata" e defendeu o ex-líder do COB.

Fonte: G1

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