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Casa Hip Hop e Sesc repudiam ação da PM que suspendeu apresentação cultural

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Vídeo: Divulgação/ Redes Sociais
 

O movimento Hip Hop de Teresina está manifestando repúdio pela abordagem da Polícia Militar feita na noite desta quinta-feira (8) na Casa de Hip Hop, localizado no Parque Piauí, zona sul de Teresina. Eles denunciam que a ação foi truculenta e desnecessária. Integrantes do movimento estão reunidos nesta quinta-feira (9) e pedem providências do setor público. 

Por volta das 21h de ontem, cerca de 10 policiais militares, pelo menos três encapuzados, entraram no centro e fizeram uma abordagem, supostamente a procura de drogas e armas, com o argumento de que teriam recebido uma denúncia anônima. As informações foram repassadas por Alexandre Santos, coordenador de Dança do Centro, que estava presente quando tudo aconteceu.

Vários vídeos gravados por celulares mostram parte da abordagem. Um deles mostra uma mulher empurrando um policial e logo depois sendo empurrada por ele. No local, estava acontecendo o evento Mostra Sesc Amazônia das Artes, com apresentação de uma banda underground de Manaus e outra de hip hop regional. Cerca de 60 pessoas estavam presentes, segundo Alexandre Santos.

Vídeo: Divulgação/ Redes Sociais

“Estamos repudiando a forma de abordar, de não reconhecer o espaço cultural, não respeitaram a linguagem, porque houve truculência e agressões verbais e não tinha necessidade disso. A gente entende que a polícia tem que fazer o seu trabalho, o que não aceitamos foi o modo como chegaram, sem se comunicar, invadindo, o show que estava acontecendo teve que ser interrompido”, lamentou Alexandre.

De acordo com Alexandre, os policiais fizeram durante cerca de 30 minutos que permaneceram no local, uma busca minuciosa e não encontraram nem armas, nem drogas. “Eles revistaram os homens e não encontraram absolutamente nada. Não revistaram as mulheres, mas mandaram elas encostarem na parede.  Estavam fortemente armados com escopetas, inclusive. Não era preciso ser feita assim, tinha famílias e crianças no local”, complementou o coordenador. 

Reunião
O coordenador da Nação Hip Hop em Teresina, Eduardo Alemão, informou que está sendo realizada uma reunião na tarde de hoje no Centro, para sejam tomadas providências quanto ao ocorrido. De acordo com ele, o ato da polícia, foi um “afronta” à comunidade.

“Esse abordagem foi mais uma tentativa de deixar a comunidade contra a gente, porque não foi encontrado nada. Acredito que nem houve essa denúncia anônima. Isso é porque há um conflito entre as pessoas que frequentam o Centro e os policiais da região, porque eles querem o local para que funcione o Pelotão Mirim. Alegam que eram pontos de drogas, mas aqui nunca tem problema disso. Aqui funciona um espaço cultural e pregamos a cultura da paz”, desabafou.

O Sesc emitou nota sobre o caso:


 

A Polícia Militar do Piauí informou, através da sua assessoria de comunicação, que “essa abordagem foi realizada tendo em vista duas solicitações de policiamento do local, que foram feitas via ofício para o Comandante do Batalhão da área, informando que haviam denúncias que o ambiente era utilizado para uso de entorpecentes”. A PM emitiu nota em que diz que durante a abordagem, foi encontrado um local "com baixa luminosidade e inadequado para uma diversão, e propício para a prática de uso de entorpecentes e outros delitos".

A Diretoria de Comunicação Social da Polícia Militar do Piauí informa que, o Comandante do 6° Batalhão da PM recebeu dois ofícios, - um da Associação dos Moradores do Parque Piauí e o outro da Fundação "Populus Rationabilis" (Programa Social Força Mirim) - ambos solicitando providências da polícia, sobre alegações que naquele espaço cultural estava acontecendo, frequentemente, a prática do uso de entorpecentes e festas regadas a bebidas alcóolicas para menores. 

Em atendimento ao pleito, foram empenhadas duas viaturas, a fim de fazerem a averiguação da denúncia. Ao chegarem no referido baile de hip-hop, as guarnições  depararam-se com a realização de um evento em local com baixa luminosidade, inadequado para uma diversão, e propício para a prática de uso de entorpecentes e outros delitos.

Desta forma, as abordagens foram realizadas, dentro das normas legais, resguardando os direitos dos cidadãos e de todos os presentes no local.

Caso alguém tenha se sentido prejudicado, procurar a Corregedoria da PMPI para fazer o Boletim de Ocorrência. Seguem as fotos da abordagem.

Teresina, 09 de agosto de 2018.

Lyza Freitas
[email protected]

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