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Vídeo: Bolsonaro fala após atentado: "nunca fiz mal a ninguém"

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Em um vídeo gravado na Santa Casa de Juiz de Fora (MG) e divulgado e nas redes sociais na madrugada desta sexta-feira (7) pelo senador Magno Malta (PR), o candidato do PSL à Presidência da República Jair Bolsonaro aparece falando pela primeira vez após o ataque que sofreu nesta quinta-feira (6), em Minas Gerais. Ele diz que nunca fez mal a ninguém e que se preparava para os riscos da campanha eleitoral.

"Até o momento, Deus quis assim. Eu me preparava para um momento como esse porque você corre riscos. Mas, de vez em quando, a gente duvida, né! Será que o ser humano é tão mau assim? Nunca fiz mal a ninguém", disse o candidato.

Magno Malta aparece acompanhado dos filhos de Bolsonaro. No início do vídeo, o grupo orou. O candidato do PSL aparece deitado num leito da UTI. Ele está acordado e lúcido, mas a voz é fraca e baixa. O presidenciável deve ficar internado por até uma semana, segundo os médicos, e seu estado de saúde é considerado grave, mas estável. Ele passou por uma bateria de exames na madrugada e os resultados mostraram que seu quadro evoluiu bem.

Bolsonaro agradeceu a Deus, à família, à equipe médica que "impediu que o pior acontecesse", e falou sobre o momento em que foi esfaqueado. 

Ele falou também sobre a família. "A questão da família tem Deus e depois tem a família, e a família, com todo respeito aos profissionais, é importantíssima porque nesse momento é no que a gente pensa em primeiro lugar. O que nós podemos juntos é fazer e se garantir. Nesse momento em que meus filhos estão aqui, agradeço a vocês que estão aqui, minha esposa que está chegando. Obrigado Brasil. Estamos juntos!"

Bolsonaro lamentou não poder ir nesta quinta ao Rio, para o desfile de 7 de setembro. "Nesse dia, às vésperas do 7 de Setembro, infelizmente não vou poder comparecer amanhã (hoje) à Presidente Vargas, para o desfile do 7 de Setembro. Mas estamos com coração e mente, sempre tendo um Brasil acima de tudo e Deus acima de todos".


Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, em foto tirada dentro do hospital, após ele ser esfaqueado em Juiz de Fora, MG (Foto: Redes sociais)

Recuperação

Jair Bolsonaro não deverá receber alta hospitalar antes de "uma semana ou 10 dias", disse em coletiva de imprensa na noite desta quinta-feira (6) o médico Luiz Henrique Borsato, da Santa Casa de Juiz de Fora, um dos profissionais que operaram o candidato. Ele ressaltou que o prazo é uma estimativa e que tudo dependerá da evolução do quadro de Bolsonaro.

O candidato era carregado nos ombros por apoiadores quando um homem se aproximou e o atingiu na barriga. "As lesões internas foram graves e colocaram em risco a vida do paciente", disse Borsato.

Bolsonaro chegou ao hospital por volta das 15h40 perdendo muito sangue por causa do ferimento e foi submetido a uma cirurgia de urgência chamada laparotomia exploradora. No procedimento, o abdômen é aberto para que a cirurgia possa corrigir as lesões.

O procedimento detectou que o intestino grosso foi transfixado pela faca e que houve também três lesões no intestino delgado. A facada atingiu ainda uma veia do abdômen.

"O que houve foi um sangramento na veia abdominal, que logo foi estancado, e lesões nos intestinos grosso e delgado. Foi retirada a parte lesada do intestino grosso, e o intestino delgado foi costurado", disse Borsato. A lesão no fígado, que chegou a ser uma hipótese, foi descartada.

Cinco cirurgiões e dois anestesistas trabalharam na operação. Durante o procedimento, Bolsonaro precisou receber quatro bolsas de sangue em transfusão. A cirurgia durou cerca de duas horas e terminou por volta das 19h40. Em seguida, Bolsonaro foi levado entubado e sedado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Segundo o último boletim médico, o político é considerado um paciente grave que está submetido a cuidados intensivos. Na noite desta quinta, ele apresentava quadro estável.

Os médicos fizeram uma colostomia temporária, procedimento que conecta o intestino a uma bolsa fora do corpo, evitando que as fezes passem e possam causar uma infecção no local onde foi tratada a perfuração. Ele deve ser submetido a outra operação futuramente, para reverter a colostomia.

Uma equipe do Hospital Sírio-libanês avalia uma possível transferência de Bolsonaro. Segundo a equipe da Santa Casa, a transferência é uma opção da família, mas neste momento o presidenciável não tem condições de ser levado para outro local.

Um novo boletim médico sobre o estado de saúde de Bolsonaro deve ser divulgado às 10h30 desta sexta-feira (7).

Agressor preso

No momento em que foi esfaqueado, Bolsonaro fazia corpo a corpo com eleitores na região do Parque Halfeld. O suspeito de atacar o candidato foi identificado pela PM como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos. Ele está preso na delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora, onde confessou o crime.

O advogado de Adélio, Pedro Augusto Lima Possa, disse que seu cliente assumiu a autoria do atentado, e que ele agiu por "motivações religiosas, de cunho político". "Ele não tinha intenção de matar, em momento algum. Era só de lesionar", disse Possa.

O agressor é formado em pedagogia. Atualmente, não há registro de filiação partidária dele, mas Oliveira foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. Ele tem passagem na polícia em 2013 por lesão corporal.

A executiva do PSOL em Minas Gerais confirmou que o agressor foi filiado ao partido no passado e divulgou nota repudiando o ataque e cobrando uma investigação.


Fonte: G1

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