Faltando pouco mais de uma semana para o primeiro turno das eleições de 2018, o procurador regional eleitoral do Piauí, Patrício Noé da Fonseca, já expediu instrução a promotores sobre como coibir a boca de urna e outros crimes eleitorais no dia 7 de outubro.
Em entrevista ao Acorda Piauí desta quarta-feira (26), Fonseca citou a preocupação com o transporte irregular de eleitores e a compra de votos na véspera do pleito, o que ele chamou de "voo da madrugada": movimentações anormais nas ruas e calçadas geradas pela derrama de dinheiro na noite anterior à votação.
"Aí tem o mico leão da madrugada, a onça da madrugada, a garoupa da madrugada (...) É toda a fauna! E aí circula nas calçadas e a gente tem que botar a polícia atrás", disse o procurador, em uma referência aos animais que aparecem no verso das cédulas de Real.
Fonseca também lembrou que a extinção de zonas eleitorais provocou a mudança de locais de votação, aumentando a distância para que eleitores exerçam seu direito - o que pode gerar uma demanda por transporte e acende o alerta para o transporte irregular.
"Já recebemos denúncias e já estamos investigando vários casos em que o próprio poder público estaria desviando veículos públicos ou próprios do município, ou locados pelo município, a favor de candidaturas. Está sendo apurado".
O Ministério Público Eleitoral também está atento a crimes na propaganda eleitoral. Uma inquérito foi aberto para apurar o uso do nome do ex-presidente Lula como candidato, mesmo depois dele já ter sido substituído na disputa presidencial por Fernando Haddad (PT). Fonseca relatou ter visto uma propaganda irregular quando se dirigia para a Rádio Cidade Verde.
O procurador ainda defendeu a credibilidade da urna eletrônica, que chegou a ser questionada pelo candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro.
Ouça a entrevista na íntegra: