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Cenário econômico e eleitoral piora expectativas da construção civil

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As incertezas quanto à recuperação da economia, exacerbadas pelo período eleitoral, contribuíram para a piora nas expectativas da indústria da construção civil. Divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quinta-feira (27), a Sondagem Indústria da Construção mostra que a crescente perspectiva de melhora para os próximos seis meses, observada desde junho, foi interrompida em setembro, com piora em todos os indicadores de expectativa de desempenho do setor.

O otimismo em relação à melhora do nível de atividade arrefeceu, segundo a pesquisa. Em setembro, o indicador ficou em 50,3 pontos, queda de 2,3 pontos frente a agosto. Em relação a novos empreendimentos e serviços, o indicador recuou 1,2 ponto, para 50,4 pontos. Antes em patamar acima dos 50 pontos, que  indica expectativa de crescimento, os índices de compras de insumos e de matérias-primas e de número de empregados ficaram abaixo da linha divisória, em 49,1 pontos e 49,4 pontos, respectivamente.

A inversão nas expectativas para os próximos seis meses também teve reflexo no Índice de Confiança do Empresário da Construção Civil (ICEI-Construção). Em setembro, o ICEI-Construção ficou em 50,8 pontos, queda de 1 ponto em relação a agosto e abaixo da média histórica de 52,9 pontos. A redução é resultado ao aumento do ceticismo do empresário tanto em relação às condições atuais para seu negócio, que ficou em 44,2 pontos – queda de 0,8 ponto – quanto no de expectativas para os próximos meses, que caiu 1,2 ponto, para 54,1 pontos.

“Dois fatores principais contribuíram para a reversão da expectativa: temos dados que mostram a economia em compasso de espera e temos o cenário político. Por conta disso, percebemos uma interrupção de uma sequência de duas melhoras nos indicadores de expectativas”, explica Marcelo Azevedo, economista da CNI. “A confiança é importante porque, quando o empresário está seguro com a economia brasileira, isso impacta em sua decisão de investir e de contratar”.

Desempenho do setor

A atividade da indústria da construção seguiu fraca em agosto, embora os índices apontem para relativa estabilidade na comparação com julho. Segundo a Sondagem, o nível de atividade teve leve recuo de 0,2 ponto, chegando a 47,8 pontos – valores abaixo de 50 pontos apontam para queda. Em relação ao número de empregados, a queda também foi pequena, de 0,1 ponto, chegando a 46,1 pontos.

Por outro lado, os dados de agosto são superiores em comparação com o mesmo mês de 2017. “Nesse mês, o indicador de atividade registrou 1,1 ponto acima do registrado em agosto do ano anterior. Já? o índice de número de empregados encontra-se 0,3 ponto acima do registrado no mesmo período de 2017”, afirma a Sondagem.

Apesar da menor expectativa em relação à recuperação do setor, o empresário da indústria da construção apresentou alta sutil em sua intenção de investir. O índice de intenção de investimento (compras de máquinas e equipamentos, pesquisa e desenvolvimento, inovação de produto ou processo) ainda indica baixa propensão em investir, com 32,5 pontos, em setembro. O número é 0,4 ponto superior ao de agosto. O índice varia de zero a 100 pontos e, quanto maior o valor, maior a disposição para se fazer investimentos.

Fonte: CNI

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