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Procurador diz que "problema do HU é falta de gestão" e faz apelo a Justiça

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O procurador da República, Kelston Lages, revelou ao Cidadeverde.com  que as vistorias realizadas pelo DENASUS (Departamento de Auditoria do Sistema Único de Saúde) - em 2014, 2016, 2017 - constataram que o problema do HU (Hospital Universitário) é falta de gestão. O Ministério Público Federal ingressou com ação civil pública pedindo o afastamento da diretoria do hospital.

"As informações que estão vindo à tona atrás da imprensa da completa falta de insumos, do descaso, dessa desorganização no HU vem reforçar aquilo que as três auditorias do DENASUS já constataram desde 2014", resaltou o procurador.

Mês passado, o Cidadeverde.com recebeu diversas denúncias de falta de  seringas de insulina, água para injeção, glicose, bolsa coletora de urina e até atadura. 

"As denúncias da população vêm reforçar esse quadro de subaproveitamento de um hospital que deveria servir a sociedade e que infelizmente por problema de gestão não vem atendendo a sua finalidade. Os gestores do DENASUS são enfático de dizer que o problema do HU no Piauí não é falta de dinheiro, o problema é falta de gestão", desabafa o procurador.

Kelston Lages lembrou que em relatório do Denasus de 2016 relata que o serviço de eletrocardiograma estava parado há seis meses por não ter papel para emissão de laudos e esclarece: "não é o Ministério Público que está dizendo isso é o Denasus", ressalta. 

O procurador ressalta que já alertou a justiça federal e faz um apelo para que a ação civil púbica seja analisada com urgência, já que o problema é grave.

"Devido a impossibilidade de resolver isso, tivemos que judicializar. Pergunto eu: será que a população e os auditores do Denasus estão errados? Os auditores são enfáticos ao dizer que são danos irreparáveis para a população. E isso vem se repetindo".

Veja o que diz o HU sobre a denúncia:

O Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), esclarece que cumpre os quantitativos pactuados com o gestor do Sistema Único de Saúde (SUS) no que se refere a consultas, exames e cirurgias, realizando, por exemplo, cirurgias cardíacas em número superior à quantidade prevista na habilitação do serviço.

Eventualmente, por fatores externos, pode ocorrer momentaneamente a falta de algum insumo necessário à realização de determinado procedimento, mantendo o HU-UFPI postura de logo solucionar a questão. Tal eventualidade não implica, porém, na diminuição da quantidade de cirurgias, uma vez que outros procedimentos cirúrgicos continuam sendo realizados.

O HU-UFPI informa que todos os insumos para funcionamento integral do hospital são previstos e possuem processo de compra planejado. A falta momentânea e pontual de alguns deles se deve ao atraso na entrega por empresas contratadas e até mesmo ao processo de falência de uma delas. O Hospital já adquiriu parte dos itens não entregues e está realizando a contratação emergencial para aquisição dos demais. Assim, algumas cirurgias estão sendo reagendadas e acontecerão em tempo hábil.

O HU-UFPI reafirma seu compromisso com a população piauiense no sentido de dar continuidade ao papel que desenvolve como hospital escola, formando profissionais em diferentes áreas do conhecimento, ofertando atendimento com qualidade e assistência humanizada aos pacientes do SUS, com impacto significativo na melhoria da saúde pública na região.

O HU-UFPI informa, ainda, que o pedido de tutela de urgência formulado pelo MP em ação civil pública, solicitando o afastamento da Superintendência da direção do Hospital, foi indeferido, quando da apreciação pela Justiça Federal.

 

Flash Yala Sena
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