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Piloto Brasileiro mais próximo da F-1 quer evitar 'leilão' por treinos livres

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JULIANNE CERASOLI
TÓQUIO, JAPÃO (UOL/FOLHAPRESS) - Quando a temporada 2018 da F-2 começou, a expectativa no paddock era de que o protegido da McLaren, Lando Norris, dominaria a disputa com seu companheiro de equipe, Sérgio Sette Câmara. Mas não foi o que aconteceu.

O brasileiro andou bem ao lado do inglês, tem propostas das melhores escuderias da categoria e já começa a almejar a Fórmula 1.

Um fator, porém, é claro para o mineiro: se 2018 serviu para alguma lição, é de que não vale nada ficar gastando milhões apenas para garantir algum tipo de envolvimento na principal categoria do automobilismo mundial.

"Ficar querendo ser terceiro piloto eu acho um pouco besteira", disse o piloto à reportagem. "É claro que eu quero estar ligado a uma equipe de F-1, participar de treinos, testar no simulador. Tudo isso é muito legal. Quem não quer? Mas não é o mais importante. Não posso deixar isso me distrair do meu objetivo que é escolher a melhor equipe da F-2 e fazer uma boa temporada lá. O resto é resto."

As quatro melhores equipes da F-2 conversam com os representantes do piloto, que conta com o apoio de um pool de empresas brasileiras, investimento que pode até aumentar ano que vem e que é bastante dependente da Lei do Incentivo ao Esporte.

Mas isso não quer dizer que Sette Câmara queira participar do verdadeiro leilão de vagas dos terceiros pilotos da F-1. Especialmente equipes do meio do pelotão costumam vender caro suas vagas, dando direito a algumas sessões de treinos livres.

Foi o que aconteceu com dois outros pilotos da F-2 neste ano: Nicolas Latifi e Nikita Mazepin, ambos filhos de milionários que participaram de algumas sessões de treinos livres e testes na F-1 neste ano, mas não são considerados pelo mercado -ao contrário do próprio Norris, terceiro no campeonato e confirmado na McLaren, e do virtual campeão da F-2, George Russell, que tem grandes chances de ir para a Williams.

"Não estou focado em testar [no teste de jovens pilotos de Abu Dhabi, na semana posterior ao fim dos dois campeonatos]. Vemos vários pilotos fazendo 'treininho' de F-1. Mas, se não vai bem no campeonato da F-2, não vai chegar na F-1. O que realmente interessa é seu resultado. Eu vi isso de perto nesta temporada", disse Sette Câmara.

"O mais provável hoje é que eu repita a F-2, ainda que não saiba com qual equipe. Vamos tentar ficar com a melhor equipe possível, mas eu sinceramente não sei qual será. Depois de um ano muito bom que tivemos, temos a condição de escolher porque todas as portas estão abertas. Não é uma decisão fácil porque vemos que, em um fim de semana, é uma equipe que anda melhor e em outro, isso muda."

"Não sei se estaremos ligados a alguma equipe da F-1. Temos tido conversas com equipes, mas o foco é estar brigando pelo título da F-2, então essa é a escolha importante. Ser terceiro piloto [de uma equipe de F-1] ou entrar em um programa é importante, mas o que vale no final das contas são os resultados que eu tiver na F-2. É isso que vai definir minha carreira."

Sette Câmara é o sexto colocado no campeonato. Falta uma etapa para o final, em Abu Dhabi.

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