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Comunicado na porta da Evangelina Rosa diz que faltam macas e leitos na maternidade

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Faltam vagas na maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina. A situação foi denunciada por meio de um comunicado afxiado na entrada do setor de admissão da maternidade nesta terça-feira (06), mesmo dia em que a TV Cidade Verde flagrou uma grávida em trabalho de parto que ficou mais de 1 hora sentada na cadeira da recepção.

Nas imagens é possível perceber que a gestante está extremamente desconfortável e, literalmente, se contorce com fortes dores. A mulher, identificada apenas como Ellen, só foi levada para um leito após mais de 1 hora de espera. 

Familiares e amigos de outros pacientes também confirmaram a demora no atendimento. A operadora de caixa, Maria de Jesus, relatou até mesmo a falta de lençois. 

"Não tem vagas, não tem material. Os bebês nascem e não têm fraldinhas pra botar, não tem lençol. Meu netinho ficou lá com as mãozinhas roxinhas de frio", disse a operadora de caixa, Maria de Jesus, que acompanhou uma amiga que teve bebê.

Mesmo com o comunicado que informa sobre a falta de vagas, por meio de nota, a assessoria da maternidade informou que não procede a informação de falta de macas ou vagas em centro cirúrgico. Já a superlotação foi apontada como um problema pontual. A nota enfatiza que a maternidade é referência em alta complexidade no Piauí, mas que recebe muita demanda de baixo risco. A nota segue informando que não se pode atribuir o problema apenas a maternidade, uma vez que a superlotação estaria diretamente ligada a falhas na atenção básica que, de acordo com a diretoria da maternidade, não funciona como deveria.

O diretor da Maternidade Dona Evangelina Rosa, Francisco Macedo, afirmou hoje em entrevista ao Jornal do Piauí, que o problema da superlotação acontece de forma sazonal, apenas em determinados períodos. Francisco Macêdo diz que a lotação se deve ao fato de que a MDER deveria atender, prioritariamente, casos de alta complexidade e acaba recebendo casos de médio e baixo risco, o que provoca a superlotação. Segundo o diretor, um levantamento da Maternidade mostra que de todos os atendimentos este ano, 55% foram de média e baixa complexidade.

“A maternidade passa em alguns períodos ao longo do ano por uma superlotação. Vem aí período de carnaval, semana santa, final de ano, aonde não há um funcionamento adequado da rede e isso provoca a superlotação. Nesse momento o que há são pacientes de baixo e médio risco que poderiam ser tratados na base e são encaminhados para a Evangelina, ceifando dela a qualidade no atendimento de alto risco, que lhe é peculiar. 

Francisco Macedo acrescentou: “A partir do momento que a Rede funcionar devidamente, em que cada um faça a sua parte, a maternidade não passará por superlotação. Isso é uma sazonalidade. Existem épocas do ano que temos vagas suficientes e em outras que nós estamos com superlotação. Daí a demora no adentramento desse paciente aonde se procura a abrir a vaga para recebê-la”. 

De acordo com o diretor, um levantamento mostra que, a “falha acontece por a maternidade Evangelina ser obrigada a atender o médio e baixo risco, que deveria ser atendido no hospital do município e na unidade da sua casa. A partir do momento em que houver uma regulação em que a maternidade terá que receber o paciente regulado, a exemplo de outros hospitais do estado, como o HUT, a maternidade deixará de ter a superlotação. [...] 55% do atendimento na MDER - que é a única no estado em atendimento de alto risco - é feito a casos de médio e baixo risco”.

Sobre a falta de insumos, material cirúrgico e medicamentos, ainda de acordo com o diretor, a Evangelina Rosa encontra-se hoje abastecida, podendo haver alguns problemas pontuais com  fornecedores.  

 

Graciane Sousa e Lyza Freitas
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