A seccional Piauí da Ordem dos Advogados do Brasil encaminhou denúncias ao Ministério Público Estadual, à Secretaria de Segurança, e ao Comando Geral da Polícia Militar, para que se investigue com celeridade as denúncias de agressão contra a advogada Juliana Teles Veras, de 23 anos. Ela teria sido agredida física e moralmente por policiais militares no 3º Distrito Policial de Parnaíba, litoral do Estado.

 

Juliana denuncia que na madrugada do dia 23 de novembro, mesmo atuando em Direito Civil, foi ao chamado do cliente Manoel Júnior, que denunciou estar sendo agredido por PMs. Ele havia sido detido com a namorada sob acusação de desacato, o que a advogada contestou. Ela afirmou que ao chegar na delegacia foi ofendida com um palavrão. Seu cliente teria sido chutado na sua frente pouco depois.

 

"Ele não reagiu e eu pedi para que parassem. Um policial mandou que eu calasse a boca, por várias vezes. Isso eu nunca esquecerei", disse a advogada, relatando ter sido retirada do local à força pelos braços e empurrada até uma janela. "Nesse momento, do lado de fora, outro policial me segurou com força e ficaram marcas nos meus braços, até que a única coisa que me restava a fazer era me retirar dali", acrescentou.

 

Marleide Torquato, da OAB, acompanha o caso

A OAB já designou o advogado Roberto Júnior para acompanhar o caso e enviou a presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas dos Advogados da OAB, Marleide Torquato, para a primeira audiência. Ela informou que informou que entrará com representação na Corregedoria da Polícia Militar para que esta interfira na apuração dos fatos. A prisão ainda teria sido ilegal.

 

"Nós não podemos permitir a banalização da violência, sob nenhuma forma, muito menos por parte daqueles que são pagos pelo Estado, para manterem a sociedade em plena segurança. Qualquer tentativa de atos de violência contra advogados, principalmente quando exercendo o seu ofício, é considerado um crime e a OAB irá até as últimas conseqüências para punir os culpados”, disse o presidente da OAB Piauí, Norberto Campelo.