Em entrevista no Jornal do Piauí dessa quinta-feira (4), o secretário de Governo, Kléber Eulálio, declarou ser contra a vinda do senador Heráclito Fortes e o ex-senador Hugo Napoleão, ambos do Democratas, para o seu PMDB. Ambos já recusaram os convites anunciados pelo deputado estadual Warton Santos, mas Kléber explicou que questões históricas e a situação de indefinição de sua sigla fazem a mudança não ser oportuna.

 

"Do ponto de vista político, o senador Hugo se chegava como o anti-PMDB, era o senador Hugo que o PMDB combatia. Uma eventual vinda do Hugo para o PMDB é ruim para os dois. Os dois perdem o seu discurso, sua identidade", disse Eulálio, justificando discordar do convite feito por Warton Santos.

 

 

Sobre Heráclito, a posição é diferente, mas o motivo para uma não filiação é notado na própria divergência entre o deputado e o secretário: a indefinição do partido. "O Heráclito já foi do PMDB, mantém muitas amizades, mas é um ferrenho opositor do Governo, e o PMDB é dividido. É interessante para o senador ficar no PMDB e o partido amanhã decidir apoiar Wellington Dias?", disse Kléber, colocando a filiação como inoportuna pelo menos enquanto o partido não se define.

 

Na entrevista, ficou claro que a divisão do partido é uma preocupação de Kléber Eulálio. Indagado sobre a tentativa do senador Mão Santa em ainda cassar o mandato do governador Wellington Dias, ele disse que isso é improvável, e frisou que o PMDB precisa tomar uma decisão em sua próxima convenção, em 2009, quando será eleito o novo diretório do partido.

 

"Não se pode chegar no ano da eleição sem ter clara uma posição, sobre qual é o grupo. Temos que definir o quanto antes quem é que realmente fala em nome do PMDB", disse Kléber Eulálio, definindo essa decisão como fundamental para os rumos do partido nas eleições de 2010. No pleito, o secretário já tem posição fechada para o partido: lançar o deputado federal Marcelo Castro como candidato a governador.