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Homem de 84 anos morre um dia após ataque em catedral

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Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil

Morreu o idoso de 84 anos que estava internado em estado grave após ser alvejado no ataque a tiros na Catedral de Campinas nesta terça-feira (11). Ele morreu no início da tarde desta quarta (12), às 13h25. A informação é da Prefeitura do município do interior paulista.

No último boletim da Prefeitura, de 12h45, o estado de saúde de Heleno Severo Alves era apontado como grave. Ele tinha passado por cirurgia ainda na terça.

A outra pessoa atingida pelo atirador que estava internada, Jandira Prado Monteiro, 65, teve alta. Ela é mãe de uma das vítimas, Sidnei.

Com a morte de Heleno, o número de vítimas sobe de 4 para 5 homens -6 com o atirador, que cometeu suicídio após ser atingido pela Polícia Militar.

Nesta quarta, a Polícia Civil divulgou trechos de um diário que o atirador Euler Grandolpho ?mantinha. Em trechos, ele cita outros atentados com armas de fogo no país, como uma chacina ocorrida em Fortaleza envolvendo facções criminosas em janeiro e o Massacre de Realengo.

VÍTIMAS

Atingidos pelo atirador, José Eudes Gonzaga Ferreira, 68, Eupidio Alves Coutinho, 67, Sidnei Vitor Monteiro, 39, e Cristofer Gonçalves dos Santos, 38, não resistiram aos ferimentos e morreram no local. Outras quatro pessoas foram baleadas e socorridas pelos bombeiros e pelos médicos do Samu.

Silvio Antônio Monteiro, 47, deixou a mãe Jandira Prado Monteiro, 62, dona de casa, no ponto de ônibus e ela seguiu para o centro de Campinas onde se encontraria com o filho Sidnei para irem ao dentista juntos. Ambos combinaram de se encontrar na catedral. Mãe e filho moravam em Hortolândia.

"Eu não consigo acreditar no que aconteceu. Hoje é meu aniversário e olhem o presente que ganhei", disse. A mãe precisou operar a mão e a clavícula. Passa bem mas não sabe que o filho morreu. "Dissemos a ela que ele está bem cuidado. Eles eram muito próximos, não sei como vai ser".

Sidnei era eletricista na Unicamp, casado e tinha uma enteada. Era o caçula de três filhos de dona Jandira e seu Milton Candido Monteiro, 71, que também trabalha na Unicamp. ??

O irmão soube da tragédia quando recebeu ligações do hospital no celular, mas como estava trabalhando não conseguiu atender. Mais tarde foi contatado de novo e levado para o hospital.

"Era o caçula querido. E uma mulher que só sai para ir à Igreja e ao dentista acontecer uma coisa dessas? Meu Deus", diz ele, casado há 50 anos.

Silvio estava no trabalho quando, por volta das 14h30, recebeu ligações do hospital contando que a mãe e o irmão foram vitimados. "Aí veio o aperto", afirma. "Ela [mãe] fala dez vezes por hora no nome dele [Sidnei]. A gente diz que está bem, não sabemos como contar. A família está destruída."

José Eudes Gonzaga Ferreira, 68, estava na missa com a mulher, Maria de Fátima. Ela tomou um tiro na coxa e passa bem. Ele morreu na hora. "Eles são muito devotos, vivem na missa", conta o filho, Douglas Ferreira, 38.

A família foi ao IML do cemitério dos Amarais para reconhecer o corpo, mas deixou o local ao serem avisados pela polícia de que o procedimento não era necessário.

O mesmo ocorreu com um filho e sobrinhos de Eupidio Coutinho, 67.

A empregada doméstica Edna Rodrigues, 58, soube do atentado quando viu a notícia na TV, no trabalho. "Fiquei apavorada. Minha irmã não sai da igreja", disse ela, sobre a irmã, Lourdes, 78. Recebeu ligações da família dizendo que a irmã estaria morta e correu para o IML do cemitério dos Amarais. "Eu vim para cá, outro foi para outro cemitério, outro foi para o hospital. Ficamos desesperados", conta.

No IML, soube que a irmã estava no hospital, em bom estado de saúde, que havia sido atingida de raspão e não precisaria ser operada.

"Graças a deus, que alívio. Mas não vou sair daqui. Quero ver a cara dele [atirador]. O que ele fez não se faz."

Fonte: Folhapress

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