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Médico é preso após suspeita de deformar pacientes

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Foto: Reprodução / Facebook

O cirurgião plástico Wesley Murakami foi preso nesta sexta-feira (21) em Goiânia por suspeitas de deformar os rostos de pacientes em procedimentos estéticos.

A prisão foi realizada no âmbito da operação Disformia, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal. Além de Murakami, foram presas as administradoras das clínicas de Murakami em Brasília e Goiânia - uma delas é mãe do médico.

Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas clínicas, no qual foram recolhidos celulares, computadores, prontuários médicos e material hospitalar.

A operação foi realizada após 15 pacientes do Distrito Federal denunciarem o médico à polícia após terem ficado com deformações nos rostos após a realização dos procedimentos estéticos.

Conhecido como bioplastia, o procedimento tem como objetivo preencher determinadas regiões na face ou corpo com aplicações de polimetilmetacrilato, uma espécie de plástico conhecido com PMMA.

O uso da substância é regular no Brasil, mas deve ser aplicada pontualmente e em pequenas quantidades, conforme determinações do Conselho Nacional de Medicina.

Segundo o delegado Wislley Salomão, responsável pelas investigações, a suspeita é que o médico tenha utilizado o produto em grandes quantidades, o que teria potencial para gerar complicações médicas.

"A suspeita é que ele tenha usado uma quantidade muito superior ao recomendável. Inclusive, uma das vítimas, um homem, teve cerca de 200 mililitros aplicados em seu peitoral", afirma o delegado.

A polícia trabalha com a hipótese que o médico possa ter feito aplicação de produtos não autorizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Além das 15 pessoas que realizaram denúncias no Distrito federal, outros 14 pacientes registraram queixa contra o médico na polícia de Goiás.

De acordo com o delegado Wislley Salomão, parte dos pacientes que registraram queixa na polícia teriam sido contatados pelo médico para tentar reparar as deformações.

Outra parte dos pacientes buscaram outros médicos para fazer procedimentos que reparassem os danos. Somente um paciente gastou cerca de R$ 60 mil em tratamentos para tentar reduzir as deformações no rosto.

A prisão provisória de Wesley Murakami tem prazo de 30 dias, que podem ser postergados por mais 30, tem como objetivo impedir que o médico atrapalhe as investigações.

Ele será investigado por lesão corporal gravíssima, associação criminosa e aplicação de produto de origem ignorada ou adulterada.

A Folha de S.Paulo não conseguiu contato com o advogado André Bueno, responsável pela defesa de Wesley Murakami.

Fonte: Folhapress

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