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Variedade de preços ajudam a manter a tradição do espumante no Réveillon

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Para muitos, a chegada do ano novo é comemorada com o costume de se estourar e beber espumantes. A celebração com os brindes é tradicional e à medida que a bebida foi se popularizando, somado ao crescimento da produção em escala internacional, os preços se tornaram mais acessíveis.

Talvez o brinde com vinho espumante, em especial o autêntico champanhe, seja a tradição mais famosa e adotada durante as festas de Réveillon. O ato de estourar a garrafa na virada do ano é um costume enraizado na cultura mundial, dizem estudiosos. E para mostrar que é possível manter a tradição sem necessariamente se pagar um elevado valor por isso, o Cidadeverde.com pesquisou, em Teresina, opções de espumantes de variados preços. 

De acordo com o somellier - profissional especializado no conhecimento de bebidas alcoólicas - Ricardo Rodrigues, o que vai definir que um espumante seja mais barato que outro são basicamente a matéria-prima utilizada na produção, no caso do espumante, a uva; a história do produto; e a vinícola na qual é produzido, a considerar o seu tempo de existência.

 Foto: Catarina Malheiros/ Cidadeverde.com

“Por exemplo, se há um vinhedo que é mais novo, de 15 anos, eu não vou ter um espumante com tanta qualidade. São mais fáceis de entrada, os mais em conta, que geralmente, fazem muito meio doce, deixam um pouquinho mais açúcar residual para que ele fique mais refrescante, mais leve e aí a Salton produz, o Marcus James, que é da Aurora, a Miolo produz o Almadén. E são espumantes muito bons, que fogem dessa simplicidade que antigamente a gente via muito da Sidra”, informou.

Falando na popular Sidra Cereser, o sommelier atenta que a bebida não pode ser considerada um espumante e sim um “frisante” ou “fermentado de maçã”. A Sidra é a opção mais barata para a virada do ano, e exatamente pelo fato de não ser um espumante, de acordo com Ricardo Rodrigues, tem um valor mais em conta.

“Era usado para a Sidra essa terminologia de champanhe ou espumante, e agora não é mais. Na realidade não pode ser chamado, porque não é oriundo da matéria prima uva. Apenas as bebidas derivadas da uva podem ser determinados de espumantes”, elucida.

O especialista afirma que o espumante, então, nada mais é do que um vinho. “Eu fermento esse vinho novamente para ele ter gás, então essa fermentação que é feita com o vinho base para dar origem ao espumante ou champanhe, acontece na própria garrafa". 

Ele explica também que atualmente há espumantes no mercado que têm a mesma “proposta” com diferentes preços e que podem ser considerados de boa qualidade. Ricardo salientou que, inclusive, há vários espumantes bons produzidos no Brasil. 

“Como o Terra Nova, que é produzido na Bahia, que é um espumante muito bom, o Rio Sol também, produzido em Pernambuco. Tem também da Aurora, Miolo e Salton, que são da região de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul”, exemplificou.

  Foto: Catarina Malheiros/ Cidadeverde.com

Outros, no entanto, esclarece o sommelier, são mais caros pela marca ser mais consolidada no mercado, a exemplo do tão conhecido no país, Chandon.  “O Chandon é mais a questão da marca mesmo, muito consolidada, praticamente é questão de status. Às vezes as pessoas chegam procurando Chandon e nunca nem tomaram, mas sabem que é, pela questão da divulgação. O produto foi muito bem divulgado. Também é uma vinícola que já está há muito tempo no mercado, por isso já estão consolidados. Sem falar que é uma filial da Moët Chandon , que produz é um champanhe”.

 Foto: Catarina Malheiros/ Cidadeverde.com

Ricardo acrescenta; “Chandon meio que tem umas peculiaridades, mas é bem inferior ao Moët, porque o Moët é produzido na região da cidade de Champagne, na França, e o Chandon é produzido pela filial no Brasil, da empresa que produz o Moët na França. Porque na realidade a empresa na França envia as leveduras para os países das filiais, que são usadas para fazer o espumante daquela região".

Champanhe X Espumante

Diferente do que muitos pensam, os espumantes advém de um vinho, mas não podem ser denominados de champanhe. O processo de produção do champanhe é mais trabalhoso e detalhado e isso faz com que haja uma peculiaridade, de acordo com Ricardo. O Moët Chandon citado acima, conforme o profissional “já é uma bebida de uma qualidade bem superior”.

O sommelier comenta que a produção do champanhe é mais trabalhosa e detalhada, porque utiliza mais o manuseio do homem do que da máquina. “O champanhe é produzido em uma região específica, elaborado no método champanoir, que é mais tradicional, ou seja, a fermentação ocorre de forma mais trabalhada, porque, por exemplo, uma pessoa vira as garrafas todo dia 1/8 de volta. Isso para poder as leveduras que trabalham consumindo o açúcar que tem no vinho base para dar origem ao gás pararem na ponta da garrafa, para que no final de toda a produção depois ele tenha tirá-las de dentro da garrafa”. 

Já a maioria dos espumantes produzidos principalmente no Brasil e também na Itália, segundo o especialista, são elaborados no método charmat. “Que é em cuba de inox enorme, em quantidade. É feita essa fermentação na cuba fechada, para poder manter o gás e depois é engarrafada. É um trabalho menos profissional, mais industrial”

Médias de preço na capital:

Sidra Cereser Doce - 660 ml - encontrado aproximadamente por R$ 7 a 9. 

Marcus James, da Aurora e o Almadén, da Miolo e Salton Classic Meio Doce (linha mais barata) - 665 ml - variam entre R$ 20 e 25. Às vezes dependendo do período, podem ser encontrados por R$ 15.

Miolo, Aurora e Salton (linha mais cara) - 750 ml - média de R$ 40 a 50, mas podem ser encontrados em oferta atualmente em torno de R$ 30 a 32.

Casa Perini - 750 ml - encontrado na faixa de R$ 55, - o preço elevou um pouco nesses últimos meses, porque foi escolhido esse ano como o quinto melhor espumante do mundo

Terra Nova - 750 ml - vendido normalmente em média por R$ 39, mas agora pode ser encontrado por até R$ 29.

Chandon - 750 ml - média de R$ 87 e 90, mas atualmente pode ser achado em oferta por R$ 68.

Moët Chandon - 750 ml - varia de R$ 300 a 1.500.

Lyza Freitas
[email protected]

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