O garoto achou que a vida iria melhorar. Puro engano. A família era humilde, o tio pouco tinha pra alimentar os filhos e mais um sobrinho. Rebelde como era, o menino passou a ter uma relação conflitante com o tio. Como conseqüência vieram os maus tratos.
Um dia Mauro tomou uma decisão, iria para rua em busca das próprias sobrevivências. Começou a vagar pelas ruas do centro. Logo conseguiu um trabalho de engraxate. Mas o dinheiro era pouco. Nunca sobrava para levar para casa.
Para não enfrentar o tio, o menino preferia dormir na rua, ao relento, nos bancos da Praça Rio Branco. Aliás, a praça foi partes dos conflitos na vida do garoto, como sido preso por roubar graxa para sapato.
A graxa para sapato foi trocada por um lápis. A luta para sobreviver foi substituída por objetivos maiores. A missão dos educadores não foi difícil. Mauro logo adquiriu gosto pelos estudos. Desde o inicio o menino sempre teve o sonho de um dia mudar de vida.
Segundo ele, foi esse desejo interior que o impediu de resistir às tentações. Uma delas foi entrar no mundo das drogas. Destino que tiveram muitos de seus amigos. O resultado do trabalho com Mauro na instituição foi que ele estudou, encarou desafios, preconceitos e conseguiu vencer.
O exemplo é a aprovação no vestibular. Hoje, Mauro Sergio é estudante do curso de Psicologia. Paga as mensalidades com dinheiro de um programa do governo federal.
Recentemente Mauro decidiu voltar à praça Rio Branco. Dois vários colegas que tinha encontrou apenas um. Os outros, conclui ele, “ou morreram ou também conseguiram vencer na vida, assim como eu”.