O ex-ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, que realiza neste sábado (30) um seminário em Teresina, fez duras críticas à reforma proposta pelo governo Bolsonaro. Gabas afirma que as mudanças resultarão em um “corte absurdo de direitos” e que não acabam com privilégios, como o pagamento de super salários.
Gabas defende que a proposta do governo federal não se trata de uma reforma e, sim, de “um ajuste fiscal que bota na conta do trabalhador todo peso do descontrole das contas públicas”. O ex-ministro acredita que o presidente Bolsonaro erra em não dialogar com as partes que serão diretamente atingidas com o projeto.
“A proposta apresentada pelo Paulo Guedes não é uma reforma da previdência. É um ajuste fiscal que bota na conta do trabalhador todo peso do descontrole das contas públicas. Então, obviamente, eu tenho que ser contra isso. Eu defendo que haja uma reforma, mas com diálogo na sociedade, que as partes sejam ouvidas. Ninguém deve mexer na previdência sem envolver na discussão quem será antigido por ela. Eu preciso ouvir os empresários, o empregados os aposentados. O que ele esta propondo agora é uma redução absurda de direitos , corte absurdo de benefícios”, declarou.
Carlos Gabas ressalta que a reforma não põe fim aos privilégios. “Ele [Bolsonaro] quer reduzir benefício de idosos, pobres e deficientes pobres de um salario mínimo para R$ 400, ao mesmo tempo em que mantem benefícios para empresas petrolíferas estrangeiras que não pagam contribuições. Sou contra essa reforma. Não dialoga, não resolve o problema da previdência. A previdência social precisa de arrecadação. Como você aumenta arrecadação? Tem que ter emprego retomar atividade econômica no Brasil”, disse o ex-ministro.
Foto: João Henrique Vieira
O ex-ministro defendeu, ainda, que é preciso o fim dos super salários e criticou isenções fiscais às empresas estrangeiras. Para ele, o governo mente ao dizer que há um “rombo” na previdência.
“A previdência não é problema para o país. O governo mente dizendo que há rombo, sistema falido. Eles querem entregar a previdência aos banqueiros", criticou.
As declarações do ex-ministro do governo Dilma Rouseff, Carlos Gabas, foram dadas em seminário realizado no Sindicato dos Bancários do Piauí. A economista e técnica do DIEESE, Vivian Machado, também participou do encontro que debateu para “Reforma da Previdência e a importância do dos Bancos Públicos”.
A vice-governadora do Piauí, Regina Sousa, e os deputados federais, Assis Carvalho, Júlio Cesar, Merlong Solano, estiveram presentes, além dos deputados estaduais, Francisco Limma e Franzé Silva.
Izabella Pimentel
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