O advogado da pichadora informou que ela passa bem, mas não falará com a imprensa no momento. A mãe da pichadora, Rosemari Pivetta da Mota, estava ansiosa alguns minutos antes da soltura. "Quero tomar café da manhã com ela, conversar muito. Mas ainda não sei o que vou falar para ela", disse
Sua audiência pública está marcada para 17 de fevereiro de 2009. Serão ouvidas testemunhas de acusação e de defesa, Ministério Público e também o taxista Rafael Vieira Camargo Martins, 27, que faz parte do grupo Susto's, um dos que promoveram a ação. Martins, que alega ter apenas seguido o ato como espectador, responde a processo em liberdade.
Na denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo, Caroline é acusada de se associar a "milicianos" com fins de "destruir as dependências do prédio". Dependendo do julgamento, ela pode ficar atrás das grades até 2010.
Há duas semanas, Caroline falou com a reportagem da Folha Online, de dentro da penitenciária. "A gente não queria estragar as obras deles [da Bienal], mesmo porque não tinha obra [o segundo andar estava vazio]. A obra, ali, nós que íamos fazer", disse. (ouça Caroline aqui)
Repercussão
Seu caso provocou reações em todo país. Os ministros Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) e Juca Ferreira (Cultura) apelaram pela liberdade da jovem, o que repercutiu no governo de São Paulo.
Diversos artistas cobraram a Fundação Bienal para ajudar a liberá-la, e um abaixo-assinado circulou na internet com o mesmo pedido. Os curadores da exposição deste ano negaram ter responsabilidade no caso em artigo publicado anteontem na Folha.
Ontem, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) recebeu pedido de habeas corpus para soltar Caroline. A pichadora já trocou de defesa três vezes e teve dois pedidos de habeas corpus negados. O caso já passou pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo e agora está com Augusto de Arruda Botelho, diretor do Instituto de Defesa do Direito de Defesa, que tenta levar o processo para o STJ.
Fonte: Folha Online