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Filme com história de Frank Aguiar começa ser rodado no final de janeiro

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Muita gente vai dizer: eu já vi este filme. A história até que é bem diferente, mas o argumento poderia ser o mesmo. Saga de representante de um gênero musical do interior do país vai para São Paulo tentar a sorte na carreira. Passa o maior sufoco, conta com a ajuda dos amigos, desenvolve várias estratégias de autopromoção, mas no fim dá tudo certo e ele se torna um artista famoso, vendedor de milhões e milhões de discos. Só que desta vez o filho de Francisco é outro.
 
Começa a ser rodada no fim de janeiro a cinebiografia Os sonhos de um sonhador, sobre a trajetória do cantor de forró eletrônico Frank Aguiar. Em fase adiantada de pré-produção, o longa vai ser dirigido pelo estreante em cinema Caco Milano, com premiada carreira na publicidade (alguma semelhança com Breno Silveira?) e projeto da BRB Produções Artísticas, de Benedito Ruy Barbosa.
 
 
"Minha motivação é defender a idéia de que vale a pena sonhar. Mostrar que o brasileiro tem garra, força
de vontade. As pessoas estão pessimistas, terminam antes de começar. Tenho uma história bonita, quero mostrá-la ao país inteiro", diz o cantor e vice-prefeito de São Bernardo do Campo (SP), que entra em cena na parte final do filme interpretando a si mesmo.

A produção tem orçamento estimado em pouco mais de R$ 4 milhões. Ainda estão sendo feitos testes para o elenco, nenhum contrato foi assinado, mas o diretor Caco Milano adianta que o ator escolhido para viver Frank Aguiar na juventude e que estará na tela na maior parte do tempo é uma estrelinha global do tipo Malhação. Para o cineasta, formado na USP e na Nazionale Scola di Roma, da Itália, não há paralelo com o sucesso Dois filhos de Francisco, embora ele saiba que comparações ou referências serão inevitáveis. Isso parece não incomodar:

"Breno (Silveira) conseguiu fazer um filme lindo. Mas tenho objetivos diferentes. Não é característica do cinema brasileiro criar heróis, o que lá fora é muito comum. É isso que eu quero fazer."

Filho do agricultor Francisco das Dores e de dona Zulmira, Frank Aguiar nasceu Francineto Luz Aguiar, em Itainópolis, interior do Piauí, em 1970. Vem do que pode ser considerada uma família de classe média - dentro dos padrões de um dos estados mais pobres do país. Ganhou a primeira sanfona aos 6 anos. Aos 10 já se apresentava em bailes e serestas. Diferentemente da história triste de Zezé di Camargo e Luciano, marcada pela miséria, Frank, apesar das dificuldades, estudou no melhor colégio do estado. Pagava as mensalidades tocando em missas. Fez faculdade de música na Universidade Federal do Piauí, mas seu negócio mesmo era tocar forró. Até que, aos 19 anos, entrou num ônibus da Itapemirim e, três dias depois, desembarcou em São Paulo.

"A minha história é a de todo nordestino. Muita gente no cinema vai se emocionar. É de chorar, sabe", acredita Frank. "Subi no ônibus com minha tigelinha de frito (mistura de farofa e frango), coisa que todo migrante faz para segurar a fome na estrada."

Outras histórias marcantes também estão no roteiro. No início da carreira, transportando seu equipamento numa caminhonete, percebeu, ao chegar na cidade em que faria show, que os instrumentos haviam ficado no meio da estrada:

"Voltei, mas quando achei o teclado e as caixas de som estava tudo despedaçado. Era como se fossem pedaços da minha carne. Não desisti. Peguei coisas emprestadas e subi ao palco com sorriso no rosto", conta o cantor, que quase morreu de pneumonia pois costumava colar, sozinho, na madrugada fria de São Paulo, os cartazes de seus shows.

Frank Aguiar - eleito deputado federal por São Paulo em 2006 com 145 mil votos - diz que sempre sonhou fazer um filme sobre sua carreira. A idéia tomou forma quando Caco Milano e Marcelo Barbosa, filho de Benedito, o procuraram interessados em levá-la ao cinema. Mudou o forró nos anos 90 adaptando músicas da MPB para o ritmo frenético de seu teclado. Adotou o instrumento, aliás, por falta de grana para pagar a banda. Hoje tem 13 discos lançados e contrato de distribuição com a EMI.

Fã de Luiz Gonzaga, comprou para o pai uma casa em que o Rei do Baião se hospedou. Em sua cidade natal, fez um museu com lembranças de sua carreira.

Caco Milano antecipa que o tom do longa vai para o psicodrama, com toques de humor, mas diz que não pretende rodar um filme dramático. Vai gravar três shows do Cãozinho dos Teclados (por causa do bordão Áuuuuuu) para inserir cenas no longa. A previsão de estréia é 18 de setembro, dia do aniversário de Frank:

"Estamos fazendo um filme popular, para o povo", atesta o cineasta.
 
 
Fonte: JB Online
 

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