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CAPSi realizou mais de mil atendimentos a crianças com transtornos em Teresina

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Toda criança pode fazer birra algum dia e ficar rebelde, sem obedecer aos comandos dos adultos. Essa situação, todavia, se frequente, pode indicar o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD). Foi o caso de Ricardo Deniur, de 12 anos de idade, uma das centenas de crianças acolhidas pelo Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) Dr. Alexandre Nogueira, da Fundação Municipal de Saúde (FMS).

Um levantamento realizado pelo CAPSi aponta que cerca de 465 crianças e adolescentes estão registradas no Centro e que, somente nos três primeiros meses de 2019, foram realizados 1.130 atendimentos individuais e em grupo, prestados por equipe multidisciplinar, composta por psiquiatra, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, enfermeiro, assistente social, nutricionista, cuidador, redutor de dano, artesão e técnicos de enfermagem.

A mãe do pequeno Ricardo, Giselle Karol, conta que o comportamento dele chamava atenção e que chegou a realizar o seu tratamento em vários locais. “Entretanto, não tínhamos conseguido o êxito que estamos conseguindo no CAPSi. Hoje, além do TOD, ele foi diagnosticado com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O resultado do trabalho do Centro está sendo muito importante na vida dele e as mudanças são perceptíveis”.

De acordo com o psicólogo do CAPSi, Jorgan Carvalho, a diferença entre o quadro de birra e o TOD é perceptível. “Embora os sintomas sejam parecidos, a criança com esse transtorno apresenta uma desobediência e hostilidade muito persistente. Quanto ao TDAH, a criança pode ter hiperatividade associada à impulsividade ou ficar predominantemente desatenta ou mesmo predominantemente hiperativa e impulsiva”.

Foto: Ascom/FMS

O psicólogo ainda explica sobre determinados transtornos mentais que acometem crianças e adolescentes e que são recorrentes no CAPSi: “A ansiedade generalizada também é comum, na qual a criança apresenta medos e preocupações exagerados, irracionais, em relação a várias situações. Estão constantemente tensas e dão a impressão de que qualquer situação é ou pode ser provocadora de ansiedade”.

“Há ainda o Transtorno de Espectro Autista (TEA), que são distúrbios do neurodesenvolvimento e o Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor (TDDH), caracterizado por explosões de raiva recorrentes e graves, manifestadas pela linguagem e/ou comportamentos desproporcionais à situação ou provocação. É como se fosse um adulto raivoso no corpo de uma criança”, finaliza Jorgan.

Segundo o presidente da FMS, Charles Silveira, os 7 CAPS da capital consideram a integração familiar e social como peça fundamental no tratamento de doenças mentais. “Com o CAPSi não é diferente e os profissionais envolvem os familiares em todas as fases do atendimento. Essa forma de cuidado tem dado bons resultados e podemos dizer que o trabalho desenvolvido ali é espetacular, dá todo suporte técnico e é fruto de uma cidade acolhedora”.

Como ter acesso ao atendimento no CAPS Infanto-Juvenil

Em Teresina, o CAPSi atende crianças e adolescentes de até 17 anos que possuem transtornos mentais severos e persistentes ou que têm problemas com o uso de álcool e outras drogas. “O acesso se dá por demanda espontânea: o familiar pode levar seu filho para ser atendido pela equipe, que faz uma triagem e uma avaliação, onde serão constatadas suas necessidades físicas, mentais e sociais”, ressalta Sayonara Lima, coordenadora do CAPSi.

 

Da redação
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