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Justiça converte em preventiva prisão de fotógrafo suspeito de atirar em policia

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Fotos: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Atualizada às 16h31 para correção de informações

O fotógrafo suspeito de atirar em um policial civil do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco)  teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Após audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (16), o juiz entendeu que Carlos André Gomes de Holanda deve ficar preso por estar sem documentação civil.

“Ele perdeu os documentos e por ser natural de outro município (Guarulhos-SP), estamos resolvendo essa situação”, disse Kamilla Abreu, advogada do suspeito.

Anteriormente, a advogada chegou a confirmar ao Cidadeverde.com que o juiz havia decidido que o fotógrafo responderia pelo crime de lesão corporal e não tentativa de homicídio, no entanto, na decisão publicada não há referência ao tipo de crime.

Segundo o Cidadeverde.com apurou, com a chegada da documentação do suspeito, a defesa poderá pedir a revogação da prisão preventiva. Após isso, o juiz da Central de Inquérito decidirá ou não pela revogação da prisão.

 

Matéria publicada às 11h23

O fotógrafo suspeito de atirar em um policial civil durante uma discussão  em um posto de combustíveis em Teresina será ouvido em audiência de custódia nesta quinta-feira (16). Carlos André Gomes de Holanda foi autuado por tentativa de homicídio e posse de entorpecentes.

Kamilla Abreu sustentou a tese de legítima defesa. Segundo ela, consta nos autos, que a confusão teria iniciado após o policial civil ter tentado sair da loja de conveniência do posto de combustíveis com um frasco de ketchup sem efetuar o pagamento. 

"Meu cliente estava na loja sozinho. De repente, o policial entrou, pegou o frasco e estava de saída.  Um funcionário o advertiu porque ele estava supostamente furtando. Daí começou a confusão quando meu cliente foi tentar sair e foi impedido pelo policial. Os dois saíram da loja e a vias de fato ocorreu no posto. Meu cliente atirou para conter o policial", alega a advogada. 

Ela conta que o fotógrafo tentou imobilizar o policial, mas foi ameaçado com uma arma. 

"Testemunhas contam que o policial puxou a arma e disse que ia atirar. Nisso,  chegou um funcionário também. Meu cliente conseguiu tomar a arma e atirou pra impedir que ele atirasse nele e nas outras pessoas. Existiam nove cápsulas e ele só atirou uma vez", defende Abreu. 

Denúncia de tortura 

A advogada alega ainda que, ao ser levado para a Central de Flagrantes, Carlos André foi vítima de tortura em uma das celas. 

"Quando eu aguardava o auto de prisão na Central, dois policiais civis não identificados  entraram sorrateiramente na cela e o agrediram. Eu cheguei a ver os dois de costas. Meu cliente estava na posição fetal, passando mal com a boca sangrando muito. Lá na Central me disseram que os policiais que fizeram isso não eram de lá e nem eram PMs", acrescenta a advogada. 

Sobre a denúncia de tortura, Kamilla Abreu diz que acionou a corregedoria da Polícia Civil do Piauí e a Comissão de Tortura e Direitos Humanos da OAB-PI.

"Ele foi vítima de tortura. Já estava preso, humilhado. Ele foi espancado e ficou com o ombro, a parte frontal e  boca machucados. Esperamos que as providências sejam tomadas. Se forem realmente policiais, que sejam punidos. Solicitamos algumas imagens da Central e se for comprovado que ele foi agredido e torturado vamos tomar as providências", disse Kamilla Abreu acrescentando que Carlos André não tinha antecedentes criminais. 

"Ele nunca tinha pego numa arma. Sobre a questão das drogas, era pra uso pessoal", conclui a defesa. 

A audiência de custódia vai decidir se Carlos André responde o processo em liberdade ou permanece preso.

Por meio de nota, a Secretaria Estadual da Segurança Pública, através da Polícia Civil do Piauí, informou que já foram adotados todos os procedimentos legais para apuração da denúncia feita pelo suspeito de atirar no policial civil do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), na madrugada da última quarta-feira (15). A Polícia Civil informa que, tão logo foi tomado conhecimento do fato, imediatamente, foi solicitado e realizado o exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal de Teresina, assim como a instauração do inquérito na Corregedoria de Polícia", informou a nota.


Flash Graciane Sousa e Valmir Macêdo
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