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Jesus faz 'intensivão rubro-negro' e cria elo com torcida do Flamengo

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A vibração à beira do campo segue igual desde os tempos de Portugal, mas o terno, a gravata e o cachecol deram lugar ao estilo despojado, com agasalho e camisa, visual mais adequado para uma vida à beira-mar no Hemisfério Sul. 

Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

No Rio de Janeiro desde o início de junho, o técnico Jorge Jesus tratou de arregaçar as mangas no trabalho do dia a dia e também mergulhou em um intensivo diário para se inteirar das coisas que cercam o Flamengo.

Do mantra repetido na chegada ("ganhar, ganhar, ganhar") à declaração dada após a goleada por 6 a 1 contra o Goiás ("Flamengo é uma religião"), o "Mister" vai adoçando a boca da arquibancada com frases de efeito que encontram eco entre a torcida e vão criando uma conexão rápida entre as duas partes.

Se o Fla foi frequentemente criticado por uma certa passividade nos últimos anos, Jesus deixou a sua digital logo em sua estreia no Maracanã: a de um time que não irá aceitar tranquilamente uma derrota, característica historicamente ligada ao DNA do clube.

Depois do jogo de domingo, aumentou ainda mais o clima de euforia ao falar que a vitória poderia ter sido de "sete ou oito". Com o time em cima dos goianos do do início ao fim, estabeleceu-se um ambiente que pode ajudar a decidir jogos para o clube rubro-negro no ano.

"Foi meu primeiro jogo no Maracanã, era importante que a equipe jogasse dentro daquilo que estamos trabalhando, das ideias que queremos implantar, com intensidade alta. Conseguimos", disse Jesus, que liderou um movimento para que o grupo saudasse os torcedores depois do triunfo.

A busca para entender o quanto antes o seu novo território tem sido diária e passa por conversas com funcionários do departamento de futebol e integrantes da cúpula rubro-negra. Entre um treino e outro, o português procura se munir de elementos do cotidiano do clube. 

Questionou, por exemplo, a razão pela qual o ídolo Júnior tem um busto no centro de treinamento. Ao ser respondido que o ex-lateral é o jogador que mais vezes vestiu na camisa do clube, engatou uma conversa sobre o tema e também acerca do comportamento do torcedor. No jogo-treino contra o Madureira, trocou ideias com Júlio César e Juan, ambas crias da Gávea.

Em pouco tempo de casa, o treinador já percebeu que tem um capital alto e pode jogar com isso a seu favor. Internamente, está claro que ele não vai tolerar jogador que não se entregue e cumpra à risca o plano estabelecido. 

No último domingo, deixou Cuéllar no banco e pouco se importou com uma eventual rejeição da torcida a Willian Arão, jogador que ganhou pontos valiosos neste início de trabalho.

Contra o Athletico, iniciou o duelo em Curitiba com Diego e Everton Ribeiro a seu lado no banco de reservas. Nesta versão mais europeia do Fla, a ordem é que o jogador entregue tudo sempre que acionado.

"Tenho 28 anos no futebol. Esse é o grupo mais profissional com que trabalhei, gosta de aprender, são muito ligados uns aos outros. Na Europa acham que os atletas brasileiros não gostam de trabalhar. Não encontrei isso", elogiou.

LEO BURLÁ
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

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