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Empresário é denunciado no Procon e na Polícia por não entregar casas de luxo

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A casa dos sonhos da família do empresário Nelson Cândido hoje representa uma grande frustração. Há um mês, os operários abandonaram o canteiro de obras. Ele pagou, antecipadamente, R$ 1,1 milhão pelo terreno e construção em um condomínio de alto padrão em Teresina, mas conta que logo após o pagamento da última parcela, no valor de R$ 600 mil, os representantes da Construtora Vivace, responsável pela obra, desapareceram.

"No dia 10 de junho, os funcionários estavam trabalhando e, de um a hora para outra, o engenheiro chegou aqui e pediu para eles irem embora, porque o dono da construtora tinha mandado eles embora e se eu quisesse colocar na justiça poderia colocar. Aí o engenheiro ligou para mim, eu vim o mais rápido possível. Cheguei aqui não vi ninguém trabalhando, tentei entrar em contato com o dono, não consegui mais falar com ele. Mandei mensagem pelo WhatsApp, também não consegui, ele não retornou. Está com mais de 45 dias que a gente tenta entrar em contato com ele e não recebe resposta", detalhou Nelson. 

Todo o maquinário ainda está no local. "O sentimento é de tristeza e decepção porque a gente trabalha, praticamente, a vida toda para construir uma casa para mim e para meus filhos, para servir para o futuro deles, e de uma hora para outra, a construtora abandonou a obra", lamentou o empresário.

Nelson não seria a única vítima. No Procon, há uma ação coletiva envolvendo 12 clientes que se julgam prejudicados pela construtora Vivace. Eles relatam obras atrasadas, paradas e projetos que não saíram do papel. A assessoria jurídica do Procon informou que já foram realizadas duas audiências de conciliação relacionadas ao caso. Em nenhuma delas o proprietário da construtora compareceu, mas foi representado por advogado. 

O defensor argumentou que a empresa passa por dificuldades financeiras e não foram lançadas propostas concretas para as pessoas que se sentem lesadas. Uma nova audiência está prevista para acontecer no final desse mês.

No 12º Distrito Policial há sete Boletins de Ocorrência contra o dono da Vivace. Os denunciantes citam prejuízos que, segundo o delegado, somam, aproximadamente, R$ 2 milhões. Ele afirma que o proprietário da empresa, Euler Saldanha Pinage será denunciado por estelionato em pelo menos três inquéritos. 

O delegado não vê, no entanto, a necessidade de prender o empresário. "Ele compareceu, acompanhado do advogado, prestou depoimento, disse que realmente está numa crise, mas disse que nenhuma das vítimas terá prejuízo. Ele disse que já tem uma construtora que vai começar as obras, que tem 50% das obras prontas e que vai entregar todas as obras prometidas. Até o momento não vejo necessidade de prisão porque ele está comparecendo em todas as intimações feitas", explicou Ademar Canabrava, titular do 12º DP.  

O advogado da Vivace, Lucas Villa, reforça que todos os contratos serão honrados. "Essas obras que estão em atraso estão sendo negociadas pelo sócio administrador da empresa, uma a uma, com cada um dos clientes. Várias dessas situações já foram solucionadas em acordos, inclusive no próprio Procon. Amanhã haverá uma nova audiência em que mais acordos, provavelmente, serão celebrados. E a construtora e seu sócio-proprietário estão comprometidos e garantem que solucionarão a situação de cada um dos clientes da maneira menos danosa possível".

Villa rebate as afirmações de que Euler esteja se escondendo dos clientes. "O proprietário já tem advogados constituídos e está negociando um a um com vários clientes. Já tem negociações em curso e algumas até finalizadas. Ele está sendo localizado e se coloca à disposição para resolver todos, de acordo com suas peculiaridades", reforçou.

Jordana Cury
Com informações de Tiago Melo, da TV Cidade Verde
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