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Restaurante fecha sem avisar e funcionários acionam Sindicato

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Foto enviada ao Cidadeverde.com pelo Sintshogastro

Reunião dos funcionários com o sindicato da categoria hoje à tarde

O Sindicato dos Trabalhadores em Hotelaria e Gastronomia do Piauí (Sintshogastro) vai entrar com uma ação coletiva contra o proprietário do restaurante Bacalhau & Companhia, por não ter pago as verbas rescisórias de mais de 20 funcionários. Segundo a entidade, o empresário fechou as portas para reabrir em outro local, mas não chegou a fazer a mudança.

"Fizemos uma reunião com os funcionários e a situação é muito complicada. Temos uma mulher grávida de sete meses entre os trabalhadores. Eles não receberam nada, nenhum aviso prévio, nenhum comunicado e não receberam nada de rescisão", conta o diretor financeiro do Sindicato, Udelci Coelho.

Ele afirma que na ação coletiva vai pedir que o juiz libere, de imediato, as guias do seguro-desemprego. "Não dá nem para entrar com liminar, porque não tem aviso-prévio", completa. 

Udelci alega que já tentou contato com o proprietário e demais diretores do restaurante, mas não obteve retorno. "Queremos apenas um acordo. Eles saíram sem dizer nada, alugaram um ponto e depois, à noite, levaram duas carretas para retirar tudo de dentro, nem chegaram a reabrir. Os funcionários foram pegos de surpresa. Eles foram à Polícia Federal e descobriram que os proprietários já viajaram, um para Fortaleza, outro para Portugal", acrescenta.

Os funcionários receberam salário até o mês de junho, regularmente.

Sem dinheiro para pagar

O Cidadeverde.com entrou em contato, nesta segunda-feira (29), com o diretor financeiro do Bacalhau & Companhia, Joaquim Jorge, que é português e está, atualmente, em Portugal. Ele lamentou a situação e confirmou que não tem recursos para arcar com as dívidas trabalhistas.

"A empresa fechou. Chegou a um ponto em que vimos que não daria para continuar. Se tívessemos dinheiro, já teríamos pago. Nunca tivemos atraso de salário, lá não cobrávamos 10% e mesmo assim pagávamos bônus semanais aos funcionários. Construímos riquezas aí em Teresina, nossos funcionários, no início, íam de ônibus para o trabalho, agora vão de moto, de carro. Eles cresceram e estamos felizes com isso, mas continuar seria prolongar uma coisa que sabíamos que iria morrer", argumentou o empresário.

Jorge afirmou que deixou com o contador do restaurante um comunicado para ser distribuído aos funcionários, explicando o ocorrido. Ele garante que não tem dinheiro para fazer um acordo. 

"O nosso contador vai dar baixa nas carteiras de trabalho, para que todos recebam seus direitos de FGTS e seguro-desemprego, mas não temos como pagar nada. Não tem como não sair manchado dessa situação. Não somos picaretas. Esse é um caso de falência pura e dura", defendeu-se.

Jorge explicou que ele e os proprietários estavam com sérios problemas financeiros e tentaram de tudo. "O dono do prédio pediu o ponto. Tentamos nos mudar, assinamos o contrato de aluguel em um ponto na Homero Castelo Branco, mas voltamos atrás, porque não tinha como, não tinha saída. Não há a intenção de prejudicar ninguém", finalizou.

 

Jordana Cury
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