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Sueli Rodrigues diz que evitar assentamentos é uma "penúria social"

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Foto: Analice Borges / Cidadeverde.com

A professora Sueli Rodrigues, secretária de Direitos Humanos do PSOL no Piauí, declarou que a política de evitar novos assentamentos é "uma penúria social". Em entrevista ao Jornal do Piauí desta quarta-feira (31), ela também se posicionou contra a reforma da Previdência e considerou que a esquerda tem sido atacada com mais frequência.

"Nós nunca tivemos no Brasil, concretamente, uma política de reforma agrária. Nós sempre tivemos problemas, é um processo muito demorado e não emancipava aquele que ia para o assentamento, tinha uma dificuldade enorme de acesso ao crédito, manutenção, mas produzia algum resultado social. Você retirar a abertura de novos assentamentos, não atender essa demanda social por terra, é um problema muito grave. A questão mais grave do Brasil sempre foi o acesso à terra", afirma a professora..

Segundo ela, evitar novos assentamentos vai impossibilidar a reforma agrária e prejudir quem realmente precisa. "Essa terra vai ser destinada ao Matopiba e à mineração.Considerando esse quadro de agravamento da política estadual com a política do governo federal, de não abrir novos assentamentos, é uma penúria social é relegar essa população que precisa de terra a uma situação de indigência social", enfatizou.

Sueli ressaltou que, no momento, o PSOL está reconstruindo alianças com movimentos sociais, mas de forma a garantir a autonomia tanto do partido quanto dos movimentos. "Os movimentos estão carentes desse tipo de relação. Em outros países, quando os partidos de esquerda chegam ao poder, os líderes dos movimentos sociais vão compor o governo. No Brasil não foi diferente, mas acabou trazendo prejuízo grande, porque prejudicou a mobilização pessoal. Estamos no sentido de reconstruir essa relação, no sentido de manter a autonomia dos partidos e dos movimentos", pontuou. 

Foto: Analice Borges / Cidadeverde.com

A professora destacou que o partido tem visto com clareza o aumento dos ataques à existência da esquerda e considerou a reforma da Previdência um "golpe fatal" contra os direitos sociais. "Temos muito mais notícias de violência contra mulher, contra os negros. Isso ampliou muito. Os números de violência contra pessoas com vulnerabilidade social aumentaram muito. Temos ataque à nossa existência, ataque à nossa existência com dignidade, que é o ataque aos direitos. Temos uma reforma da Previdência que, sendo aprovada, é um golpe muito fatal. É um retrocesso, e a gente nem consegue ver a pauta do movimento sendo divulgada".

Sueli foi taxativa ao afirmar que o país não precisa de reforma da Previdência. "A nossa pauta é contra a reforma, a gente não precisa de uma. A gente teve CPI que identificou que não era necessário, o que precisa é cumprir a constituição, o governo precisa cobrar dos grandes devedores da Previdência e isso não é divulgado, só é divulgado que precisa fazer a reforma. Nós temos certeza que não há necessidade. O déficit é por conta dos grandes devedores e do Estado, que não cumprem sua parte. Os grandes devedores são os mesmos que estão exigindo a reforma. Quem vai pagar essa dívida é a classe trabalhadora, é quem mais sofre com isso", argumentou.

A professora afirmou que o destino da reforma é privatizar a Previdência. "A gente sabe qual é o destino da reforma, que privatizar. E você não vai ter garantia nenhuma. A gente tem o resultado do Chile e vemos o desastre que foi. Nós temos uma boa política de Previdência Social", afirmou.

 

 

Jordana Cury
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