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PT critica “silenciamento” de Regina Sousa em audiência na Alepi

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Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

A Secretaria Estadual de Mulheres do PT emitiu nota repudiando o que caracterizou como silenciamento da vice-governadora Regina Sousa na Assembleia Legislativa do Piauí. Na quinta-feira (29), Regina representou o governador Wellington Dias em homenagem que concedeu título de cidadania piauiense à ativista Maria da Penha, onde não foi concedido fala à líder do Executivo.

Segundo a secretária Estadual de Mulheres do PT, Zenaide Lustosa, nem sequer foi citado o nome da vice-governadora na composição da mesa.

 “Como você está homenageando a mulher (Maria da Penha) e também faz uma violência contra a mulher. O que nos causa estranheza é justamente uma Casa em que deve existir a diversidade, a democracia, onde tem mulheres deputadas, acontecer o que aconteceu. Até por uma questão de protocolo era necessário conceder a fala a uma mulher negra, que na ocasião representava a autoridade máxima do estado”.

Para a militante, a atitude pode ter parecido simples, mas é simbolicamente prejudicial à luta das mulheres nos espaços públicos. Ela defendeu maior solidariedade entre as mulheres.

“Há que se reconhecer que houve uma discriminação contra a mulher. Isso passa pelo próprio coletivo da casa, ter a precaução de que esse tipo de fato é inadmissível. Temos mulheres parlamentares naquela casa. Se fazem isso com a vice-governadora, imagina com outras mulheres. Toda vez que uma mulher for agredida ou violentada, ficarmos caladas, nosso silêncio vai provocar outras violências”, alertou Zenaide. 

O presidente da Alepi, deputado Themístocles Filho, esclarece que “em toda solenidade como esta, que é de proposição de título de cidadania,  quem diz quem vai falar ou não é quem propõe o título, que neste caso específico foi a deputada Lucy (Soares)”, informou,o presidente.

Confira a nota na íntegra:

 

NOTA DA SECRETARIA ESTADUAL DE MULHERES DO PT/PI

Muito Prazer, Somos as Sororas, Somos as Mulheres do PT!

Os espaços de poder predominantemente ocupados por homens, como a Assembleia Legislativa do Estado do Piauí (ALEPI), não podem ser um espaço que discrimine as mulheres e o SILÊNCIO a expressão dessa discriminação, principalmente quanto se dá num contexto em que Maria da Penha, ícone do enfrentamento à violência contra as mulheres, está recebendo um título de cidadania.

A violência de gênero é um problema da sociedade, é um termômetro, que a partir dele é possível fazer uma leitura do caminho histórico, da lógica do patriarcado, sua aliança com o capitalismo, com a economia e a política.

A conquista das mulheres nos espaços de poder, não necessariamente acaba com a ordem patriarcal, a exemplo do que aconteceu na ALEPI, em 29 de agosto, onde a vice-governadora Regina Sousa, no ato representando o governador do estado do Piauí, foi SILENCIADA, sofreu violência institucional, onde o machismo enraizado no imaginário social foi reproduzido de forma gritante na solenidade. 

A ideia de que juntas as mulheres são mais fortes, a SORORIDADE, que trata da solidariedade feminista no combate à rivalidade e à competição, pregadas pelo machismo, não podem ser fomentadas nos espaços de poder, onde a diversidade deve prevalecer, estamos falando não só em mudar mentalidades, mas em mudar a sociedade em termos estruturais e culturais.

Somos Todas REGINA SOUSA, mulher, negra, quebradeira de coco babaçu, guerreira que faz o enfrentamento diário contra a discriminação e luta incansavelmente por justiça social.

#SomosTodasReginaSousa

#ElasPorElas

Valmir Macêdo
[email protected]

 

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