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Mario e Celso têm atritos e crise no Fluminense se reflete fora de campo

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Salários atrasados, demissão de treinador, resultados ruins e discordâncias. Os ingredientes da crise do Fluminense são muitos, e o momento vivido no Campeonato Brasileiro pede justamente o oposto.

O barco do time navega sem rumo em 2019, e os atritos entre os comandantes explicitam a situação caótica nas Laranjeiras.

Além da insatisfação do elenco com a saída do treinador Fernando Diniz, a relação com Oswaldo de Oliveira também não começou bem. Ainda que os jogadores neguem, como em coletiva de Muriel, o clima não é ameno, principalmente pela sequência difícil de eliminação na Copa Sul-Americana e derrota para o Avaí, pelo Brasileirão.

E se, apesar das dificuldades, o elenco se mantém unido e tenta reverter a situação, o mesmo não pode ser dito sobre a diretoria. Juntos para disputar as eleições de junho, antecipadas por Pedro Abad após decisão dos sócios em assembleia extraordinária, Mario Bittencourt e Celso Barros vem tendo discordâncias. 

O que seria normal em um panorama menos tenso, entretanto, tem sido um problema: a relação entre o presidente e o vice-geral não é das melhores.

A relação de Celso Barros com o elenco também poderia ser melhor. O vice desagradou a lideranças do elenco durante reunião antes da derrota para o CSA, o estopim da crise que gerou a queda de Diniz. Todos os presentes se mostraram contrariados com o tom da conversa e da entrevista coletiva do dirigente horas depois.

O ex-presidente da patrocinadora que financiou momentos de glória do clube no passado recente, entretanto, deu demonstração de força nos episódios que se sucederam. Mas com o grupo, Mario goza de maior prestígio, principalmente pelo esforço de pagar mais folhas salariais do que a quantidade de meses em que está à frente do clube.

A começar pela própria demissão de Diniz, força motriz de incômodo dos jogadores. Mario era a favor da manutenção do treinador, mas Celso preferia uma ruptura. Em sua coletiva de despedida, o técnico deixou claro o descompasso de ideias. 

Se tiveram nomes de consenso em Abel Braga e Dorival Júnior, o mesmo não pode ser dito sobre Oswaldo de Oliveira: o presidente não foi contra, mas precisou ser convencido a concordar com a vontade do vice.

Uma reunião no dia da escolha, inclusive, na casa do vice-presidente, teve conversa ríspida entre os dois. Para não repetir os erros de seu antecessor Abad, que viu ruir a unidade de sua chapa logo no primeiro ano, Mario aceitou a sugestão de Celso. 

Mas, com o início de trabalho longe de uma boa avaliação, o presidente já vê a situação com outros olhos. Nos bastidores, há quem não descarte uma nova troca de treinadores após a sequência de partidas fora de casa.

CAIO BLOIS
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS)

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