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'Ninguém vai brigar com ninguém', diz Bolsonaro sobre discurso na ONU

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Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

 

Poucos dias antes de embarcar para participar da Assembleia Geral da ONU, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (19) que não pretende "brigar com ninguém" na reunião dos líderes mundiais em Nova York.  "Ninguém vai brigar com ninguém lá, pode ficar tranquilo", disse o presidente, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais. "Vou apanhar da mídia de qualquer maneira, mas eu vou falar como anda o Brasil nessa questão [ambiental]", acrescentou. 

Tradicionalmente, o presidente brasileiro abre a série de discursos de chefes de estado da Assembleia Geral da ONU. A participação de Bolsonaro está prevista para terça-feira (24).  A promessa de que não vai "brigar com ninguém" na ONU ocorre após Bolsonaro ter protagonizado um embate público com o presidente francês, Emmanuel Macron, sobre os incêndios na região amazônica e a crise ambiental que o Brasil enfrenta. 

Sem mencionar diretamente outros países ou chefes de governo, Bolsonaro afirmou que há nações interessadas em utilizar a onda de queimadas na Amazônia para "desgastar a imagem do Brasil". "Para ver se cria um caos aqui. Para quem se dar bem? O pessoal lá de fora. Se a nossa agricultura cair é bom para países outros que vivem disso", declarou o presidente.

Desde que retornou de São Paulo, na segunda-feira (16), após se submeter a uma cirurgia no último dia 8 de setembro, o presidente tem permanecido no Palácio da Alvorada por recomendação médica. O governo havia anunciado que Bolsonaro realizará exames nesta sexta-feira (20) para definir se o mandatário está em condições clínicas para realizar a agenda internacional.

No entanto, na quarta-feira (18) o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, garantiu "100%" que a viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos vai ocorrer -embora uma passagem pelo Texas e reuniões bilaterais com outros chefes de governo tenham sido canceladas, também com justificativas médicas.

Bolsonaro dedicou boa parte da transmissão desta quinta ao discurso que deve realizar na Assembleia Geral.  Ele contou que deve reafirmar a soberania do Brasil sobre a Amazônia e disse que combater os incêndios numa região de tão grandes proporções é algo "complicado".  Também reconheceu que deve ser cobrado em seu discurso -auxiliares do presidente temem que ele seja alvo de algum tipo de protesto após a troca de críticas públicas com países europeus. 

"Nós iremos semana que vem para Nova York, na ONU, vou fazer um pronunciamento lá. Está na cara que eu vou ser cobrado, porque alguns países me atacam de forma bastante virulenta, [dizem] que eu sou responsável pelas queimadas no Brasil", argumentou.  "Nós sabemos [por] dados oficiais que queimada tem todo o ano, infelizmente, quer que eu faça o quê? Por uma questão de tradição, o caboclo toca fogo no seu roçado para plantar alguma coisa no tocante à sobrevivência. O índio faz a mesma coisa e tem aqueles que fazem de forma criminosa também. Agora, como combater isso, sem meios, na região amazônica, que é maior do que a Europa ocidental? É complicado isso aí, não é fácil. A gente faz o possível", disse o presidente. 

Bolsonaro afirmou ainda que alguns países europeus querem que ele demarque mais reservas indígenas e terras quilombolas, uma política que o presidente já declarou diversas vezes ser contrário. "Alguns países, com dinheiro para o Fundo Amazônia, estavam comprando a nossa Amazônia", concluiu o mandatário, sem apresentar provas que embasem essa afirmação. 

Fonte: FolhaPress

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