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Vazamento de óleo no litoral do Nordeste é o maior do país, diz Procuradoria

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Foto: Bruno Campos/JC Imagem/Folhapress


Procuradores do Ministério Público Federal dos nove estados do Nordeste ingressaram com ação contra a União alegando omissão no desastre das manchas de óleo no litoral do Nordeste. A Procuradoria pede que, em 24h, seja colocado em ação o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água.

De acordo com procurador de Sergipe Ramiro Rockenbach, o vazamento trata-se do maior desastre ambiental da história no litoral brasileiro em termos de extensão.

"Tudo que se apurou é que a União não está adotando as medidas adequadas em relação a esse desastre ambiental que já chegou a 2,1 mil quilômetros dos nove estados da região e é considerado o maior da história no litoral brasileiro em termos de extensão”.

Para a Procuradoria, a União está sendo omissa por protelar medidas protetivas e não atuar de forma articulada na região atingida pelos vazamentos. 

Caso descumprida a implementação do plano, a ação pede multa diária de R$ 1 milhão. A ação foi ajuizada nesta quinta-feira (17). 

O MPF afirma ainda que, apesar da extrema gravidade do desastre ambiental, a União se encontra inerte, ineficiente e ineficaz.

A ação fala ainda que servidores municipais, estaduais e federais trabalham por toda a região Nordeste, sem contudo, haver um comando organizado e com "uma omissão sem precedentes". "Apesar de planos de ação inúmeros, nada é acionado, como se o Brasil não estivesse preparado para lidar com situações dessa gravidade", diz a ação.

O Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água foi instituído durante o governo Dilma Rousseff, em 2013. A ideia do plano é organizar a atuação coordenada de órgãos para casos de incidentes com óleo, minimizando possíveis danos ambientais.

A ação do MPF pede, seguindo o plano, que sejam utilizados os recursos já previstos no plano, como dados das áreas atingidas pelo óleo e centros estruturados para resgate de fauna atingida.

O documento foi assinado pelos procuradores da República Ramiro Rockenbach e Lívia Tinôco (Sergipe), Raquel de Melo Teixeira (Alagoas), Vanessa Cristina Gomes Previtera Vicente (Bahia), Nilce Cunha Rodrigues (Ceará), Hilton Araújo de Melo Maranhão), Antônio Edílio Magalhães Teixeira (Paraíba), Edson Virgínio Cavalcante Júnior (Pernambuco), Saulo Linhares da Rocha (Piauí) e Victor Mariz (Rio Grande do Norte).

Seis praias no Piauí foram afetadas com manchas de óleo após o derramamento do petróleo cru de origem desconhecida. Onze tartarugas foram encontradas mortas, destas, duas apresentaram manchas de óleo no intestino, após necropsia. 

Segundo o Ibama , 29 animais foram afetados entre tartarugas e aves. As manchas já chegam a 187 localidades em 77 municípios do Nordeste.

 

Da Redação (Com informações da Folhapress e MPF)

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