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Oposição denuncia deputados do PSL por racismo e quebra de decoro

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Foto: Site da Câmara Federal 

Deputado Daniel Silveira (PSL)

Quatorze parlamentares da oposição ajuizaram representação ao procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitando a abertura de inquérito civil e criminal contra os deputados federais Daniel Silveira (PSL-RJ) e Coronel Tadeu (PSL-SP), que arrancou à força um cartaz com críticas ao genocídio negro e à Polícia Militar. O parlamentar gravou o ato e divulgou em suas redes sociais.

O cartaz em questão exibia uma charge do cartunista Latuff, na qual um rapaz negro aparece morto enquanto um policial militar se afastaria carregando uma arma. A arte integrava a exposição (Re)Existir no Brasil - Trajetórias negras brasileiras, que visibilizava a morte de jovens negros em meio ao Dia da Consciência Negra, lembrado nesta quarta-feira, 20.

Ao destruir o cartaz, Coronel Tadeu afirmou que 'policiais não são assassinos'.

"Policiais são guardiões da sociedade, sinto orgulho de ter 600 mil profissionais trabalhando pela segurança de 240 milhões de brasileiros", escreveu, ao divulgar o vídeo em que comete o ato

Na representação a Aras, os deputados de oposição afirmam que a 'a atitude não condiz com a postura esperada de qualquer cidadão, muito menos um parlamentar eleito'.

Em relação a Daniel Silveira, os deputados destacam fala do parlamentar no plenário da Câmara. Ele afirmou que a 'maior população carcerária é formada por negros no Brasil porque mais negros cometem crimes'.

"Agora, não venha atribuir à Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro as mortes, porque um negrozinho bandidinho (sic) tem que ser perdoado", declarou.

A fala, segundo os deputados, tem conotação racista, configurado como crime inafiançável e imprescritível no Código Penal.

Daniel Silveira é o mesmo parlamentar que, em outubro do ano passado, ainda quando era candidato ao cargo na Câmara, rasgou uma placa em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco, morta em março de 2018 em circunstâncias ainda hoje não esclarecidas.

"Obviamente, a liberdade de expressão e imunidade parlamentar não são ilimitados e precisam respeitar outros direitos previstos na Constituição Federal", argumentam os parlamentares. "Dessa forma, a liberdade de se expressar não pode se confundir com o discurso de ódio, o incentivo à violência e a reprodução de preconceitos sociais, raciais, étnicos e de gênero. Houve, no caso, clara incitação e apologia à violência".

Assinam a peça os deputados federais Áurea Carolina (PSOL-MG), David Miranda (PSOL-RJ), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Benedita da Silva (PT-RJ), Orlando Silva (PCdoB-SP), Bira do Pindaré (PSB-MA), Ivan Valente (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), Glauber Braga (PSOL-RJ), Luiza Erundina (PSOL-SP), Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

A reportagem busca contato com os deputados Coronel Tadeu e Daniel Silveira. O espaço está aberto a manifestações.

 

Rodrigo Maia dá sermão

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deu um sermão no deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) depois que ele rasgou uma placa afixada no túnel localizado entre o Anexo II e o Plenário da Câmara dos Deputados contra o genocídio da população negra. ????????? A imagem que estampava o objeto continha a imagem de um homem negro algemado e deitado no chão e um policial com a arma saindo fumaça, como se tivesse acabado de disparar. ????????? "Eu não falo baseado em pressão de ninguém, mas o que aconteceu em relação ao episódio envolvendo o deputado Tadeu é muito grave. Eu disse no meu discurso, em Nova York, falei sobre democracia, sobre tolerância, sobre preconceito. E, em uma democracia, em um país livre, não é porque divergimos da posição da outra pessoa, que devemos agredi-la verbalmente, fisicamente, ou retirar de forma violenta uma peça de uma exposição que foi autorizada pela presidência da Câmara", disse Maia.

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Fonte: Estadão Conteúdo

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