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Em posse, Obama envia mensagem a terroristas

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O democrata Barack Hussein Obama, 47, tornou-se nesta terça-feira o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, o 44º do país, após fazer o juramento oficial da posse diante de John Roberts, presidente da Suprema Corte americana, e de cerca de 2 milhões de pessoas, que esperaram horas para vê-lo sob um frio de 4 ºC negativos.
 

"Nós não vamos pedir desculpas por nosso estilo de vida nem vamos hesitar em defendê-lo. E, para aqueles que buscam aumentar seus alvos induzindo terror e assassinando inocentes, dizemos a vocês, agora, que nosso espírito é mais forte e não pode ser quebrado. Vocês não irão nos ultrapassar, e nós os derrotaremos."

Em sua primeira mensagem como presidente, Obama ainda afirmou aos americanos que sua esperança em superar a pior crise econômica da história do país desde a Grande Depressão (1929-1933) superou o medo. "Sabemos da gravidade da crise, pois vemos a situação que vivemos, com milhares de empregos perdidos. Mas juntos conseguiremos sair dessa crise."

"Essas mudanças agora são reais e nós sabemos, América, o que nós iremos conhecer. Nós viemos para proclamar o fim das falsas promessas, os falsos dogmas que duraram por tanto tempo na política", disse Obama.


O novo presidente dos EUA nasceu em Honolulu, no Havaí, em 4 de agosto de 1961, filho de de Barack Hussein Obama, um homem negro do Quênia educado em Harvard, e de Ann Dunham, uma mulher branca de Wichita, no Estado do Kansas. O novo presidente dos EUA se formou em direito na tradicional Universidade Harvard e trabalhou como professor e defensor dos direitos civis em Chicago antes de ser eleito senador por Illinois, em 2004. É casado com Michelle desde 1992 e tem duas filhas: Malia, 10, e Sasha, 7.
 
Com o juramento, Obama substitui o republicano George W. Bush, 62, cujo governo foi marcado por guerras, altos índices de impopularidade e terminou com uma das maiores crises econômicas que já assolaram os EUA. Na Casa Branca, Obama trabalhará ao lado de seu vice-presidente, Joe Biden, escolhido por sua experiência em temas de política externa, e uma equipe de governo formada por políticos renomados e veteranos.
 

Para marcar sua consagração após uma disputada eleição presidencial, Obama fez o juramento com a mão sobre a mesma Bíblia usada por Abraham Lincoln há 148 anos.

O gesto faz parte de uma estratégia de Obama ao escolher Lincoln (1861-65), que libertou os escravos, como símbolo de sua posse. No sábado (17), Obama seguiu o mesmo trajeto de trem que Lincoln fez, da Filadélfia a Washington, para dar início às comemorações de sua posse.
 

Ex-senador por Illinois, Obama era um nome desconhecido no cenário político nacional americano até sua vitória nas prévias do Partido Democrata contra a ex-primeira-dama Hillary Clinton, que assume como sua secretária de Estado de seu governo.

Com a promessa de uma mudança nas "políticas falidas" do presidente George W. Bush e na "velha Washington", Obama fez uma campanha marcada pelo recorde de arrecadação --mais de US$ 700 milhões-- e o uso da internet como ferramenta para angariar eleitores jovens e doações.
 


O democrata morou na Indonésia quando criança, após sua mãe se casar com um indonésio, e depois viveu no Havaí, com seus avós brancos. As idas e vindas deram, na sua opinião, as ferramentas necessárias para que pudesse se tornar um político hábil na hora de fazer coligações e traçar alianças.

Depois do juramento, Obama fará seu primeiro discurso como presidente dos EUA. Segundo a rede de televisão CNN, o discurso deve durar entre 15 e 20 minutos.

Nele, Obama deve pedir aos americanos uma nova era de responsabilidade. O pedido é uma resposta à ansiedade dos americanos, que culpam a irresponsabilidade do governo Bush pela extensão do colapso do sistema financeiro e a crise econômica que afetou o país.

Trajetória

Obama formou-se em direito na tradicional Universidade Harvard e trabalhou como professor e defensor dos direitos civis em Chicago antes de ser eleito senador por Illinois, em 2004.

Foi em Harvard que Obama conheceu sua mulher, Michelle. Em uma campanha que prega o novo, Michelle é um dos trunfos de Obama. Negra e com formação universitária, Michelle é um cabo eleitoral importante de Obama entre mulheres.

Com carisma e retórica refinada, Obama ganhou popularidade ao longo da campanha e foi o candidato que melhor soube utilizar as ferramentas da internet.

Religião

Por sua família muçulmana, Obama enfrentou boatos de que seria também um muçulmano, religião que muitos americanos associam negativamente ao extremismo e terrorismo. Os boatos foram reforçados com a divulgação de uma foto na qual Obama aparece com trajes típicos em visita ao Quênia, onde sua família paterna mora.

Obama converteu-se, já adulto, ao cristianismo e é membro da Igreja Batista da Trindade Unida em Cristo, em Chicago. Sua equipe acusou a campanha de Hillary, sua rival à época, pela divulgação da foto.

A avó materna, Madelyn Dunham, 86, a quem Obama dedicava muito de seu tempo, morreu no ano passado na véspera da eleição presidencial americana.

Sua outra avó, Sarah Obama, 86, terceira mulher do avô paterno de Obama, Hussein Onyango Obama, tornou-se uma celebridade no Quênia após a conquista da nomeação. Ela recebe diariamente dezenas de jornalistas para quem declara o orgulho que sente do neto.

Fonte: Folha

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