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Teresina terá transporte por aplicativo de mototáxis a partir desta quinta-feira (16)

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Foto: Cidadeverde.com

Uma empresa multinacional de mototáxi via aplicativo está cadastrando motoristas em Teresina. A start up pretende lançar o App para usuários da capital a partir do dia 16 de janeiro, prometendo corridas gratuitas para todos os usuários no mesmo dia. Nos demais dias, a empresa promete uma economia de 30% em relação ao preço em outros aplicativos. 

Para se cadastrar como motorista, o mototaxista deve cumprir pré-requisitos da legislação de trânsito e estar com a moto em boas condições. Para o cadastramento, basta ao motociclista baixar o aplicativo Picap e fazer a inscrição.

Para ter o seu cadastro validado na plataforma da Picap, o motociclista precisa apresentar: 

  • a Carteira Nacional de Habilitação tipo A;
  • documentos atualizados do veículo, incluindo o pagamento do seguro DPVAT;
  • possuir uma motocicleta com até 10 anos de fabricação e motor de, no mínimo, 100 cilindradas;
  • o uso obrigatório do capacete, tanto para o condutor quanto para o passageiro.

Segundo a start up, também é verificado se o motorista possui antecedentes criminais. “A empresa leva 48 horas para avaliar se a pessoa segue as exigências. Caso seja aprovado, já pode operar”, explica o assessor da empresa Clarimundo Flôres. Alémd a documentação, o motorista deve informar e-mail e telefone no momento do cadastro no app.

O Cidadeverde.com questionou o valor que será cobrado por quilometragem mas empresa informou que a cobrança só poderá ser confirmada quando as corridas estiverem disponíveis. 

“De qualquer forma, a corrida fica 30% abaixo do preço cobrado por qualquer app e isso sem falar que a economia de tempo de corrida cai em 50%”, aponta a assessoria.

De acordo com os representantes da empresa, os lucros mensais dos motoristas podem chegar a R$ 4 mil mensais. O aplicativo funciona desde o ano passado em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Fortaleza.

“Em todas as cidades, a Picap conseguiu conciliar preços competitivos para os passageiros com ganhos interessantes para os motociclistas. Hoje, ainda não é cobrada comissão, ou seja, 100% do valor da corrida é do motociclista. A estimativa é de ganhos possíveis de até R$ 4 mil, como acontece em outras cidades”, afirmou a empresa.

Foto: Yasmim Cunha

Sindicato critica

O anúncio da chegada do aplicativo para mototaxistas em Teresina já gera polêmica entre a categoria. Para o diretor da Federação Norte-Nordeste de Mototaxista, Motoboy e Taxistas, Moura Fé, a iniciativa vai prejudicar financeiramente a categoria.

Trabalhando no ramo há 18 anos e em contato com federações de outros estados, o mototaxista diz que as corridas não trarão retorno para os motoristas. Ele usa como referência os aplicativos de transporte via carros, já disponíveis em Teresina.

“Não há sustentação jurídica, nem controle financeiro. Não há limitação de cadastro e o preço da corrida vai ficar abaixo do valor para sobreviver. Uma corrida de mototáxi já é barata e com vários motoristas cadastrados o preço vai cair ainda mais, sem contar os gastos com manutenção”, disse. 

Para o diretor da federação de mototaxistas, ao contrário das outras grandes capitais onde o app já funciona, Teresina não tem o tamanho necessário para uma ferramenta como esta. 

“Teresina é uma cidade com um fluxo de pessoas que não é tão grande. Como a cidade é pequena, os valores da corrida são menores e com a taxa do aplicativo vai ficar ainda menor o lucro do motorista. Sem contar o preço da dinâmica que a população já tem percebido que não compensa e acaba buscando os serviços de táxi e mototáxi”, afirmou. 

Segundo a empresa responsável pelo aplicativo, inicialmente os motoristas de Teresina ficarão com 100% do valor da corrida. O app pretende dobrar sua posição no Brasil este ano e anunciou que pretende investir U$ 5 milhões em 2020.

26% não são regularizados

A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) está solicitando que os mototaxistas com licença irregular façam a renovação do alvará. Dos 2370 profissionais cadastrados, apenas 1730 se regularizaram no ano de 2019, o que corresponde a 26% sem regularização.

 

Valmir Macêdo
[email protected]

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