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"Tem que matar pelo menos dois por semana", diz suspeito de integrar facção em Teresina

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Áudios divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública mostram conversas entre presos na Operação Codinome, deflagrada hoje (14) para combater tráfico de drogas e ações das facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Bonde dos 40 em Teresina.  Mais de 20 pessoas foram presas.

Nos áudios um dos presos, que não teve o nome divulgado, pergunta a um futuro membro da facção se ele "mata bem" e diz que para entrar no "quadro da restrita" tem que matar pelos menos duas pessoas por semana. 

Na conversa feita por telefone o futuro membro responde que "missão dada é missão cumprida" e o integrante da facção promete cadastrá-lo. No áudio o preso também diz que "uma mano" está querendo pó (cocaína).

 O quadro da restrita é uma "setor" do PCC onde o membro fica escalado exclusivamente para a organização criminosa. 

O promotor José William, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), afirma que é preciso interromper  o recrutamento de novos membros do PCC no Piauí. O representante do Ministério Público Estadual revela que o Estado tem oferecido "muitos soldados" para facções.

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Para o promotor, a principal questão não é tamanho do faccionado, mas o poder que ele tem para captar novos membros.

"Quanto mais você interrompe o processo de novos batismo ,mais impede que essas facções crescem no Estado. No sistema prisional acontece bastante que um determinado preso está no presídio e ele batiza os demais. Trazem outros presos e fazem campanhas dentro do presídio. Muitas vezes o preso é obrigado a entrar ou está indo de forma voluntária participar da facção", analisa o promotor. 

Entre os presos  na operação de hoje estão sete membros que seriam considerados os "cabeças" das facções em Teresina. Por conta da periculosidade, o MP solicitou à justiça que eles fiquem isolados no sistema prisional, no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).

"É para que eles não tenham possibilidade nem de comandar o crime de dentro do presídio nem ter acesso às benesses do crime. Certamente o Poder Judiciário dará todo apoio", disse o promotor José William. 


Izabella Pimentel
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