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Defesa de policiais presos na operação Dictum diz que expulsão de PMs é irregular

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Foto: Arquivo Cidadeverde.com

O advogado de defesa Otoniel Bisneto, da assessoria jurídica dos policiais presos na operação Dictum, que prendeu 13 policiais, entre civis e militares, aponta falhas no processo de acusação e na tramitação de expulsão das corporações.

Nesta semana, o desembargador Erivan Lopes, do Tribunal de Justiça do Piauí, concedeu habeas corpus aos 16 acusados na operação, incluindo os 13 policiais.

O grupo é acusado de roubo de cargas, tráfico de drogas e extorsão. 

Otoniel Bisneto nega envolvimento dos policiais nos crimes e avalia o habeas corpus como justo.  “Nenhuma delito foi eminentemente comprovado. Existe uma conluio e tentaram colocar os policiais na vara dos comuns. O processo tem falhas porque que não houve um cuidado na investigação. Policiais que não têm nada a ver como processo foram acusados”, lamenta.

O grupo de policiais militares estava preso no Presídio Militar. Otoniel também critica a possibilidade de expulsão dos policiais da corporação antes do julgamento na Justiça. 

“Por que o comando quer expulsar todo mundo sem antes esperar a decisão da justiça penal que é a esfera responsável?”, questiona apontando para a possibilidade de uma “expulsão irregular”.

Segundo Otoniel, a maioria dos policiais não é investigada nem foi condenada em outros processos.

Perseguição a W. Silva

A acusação aponta que o ex-policial militar Wanderley Rodrigues da Silva, conhecido como W. Silva, seria o líder do grupo de investigados. A polícia aponta Wanderley de ter recebido R$ 300 mil em dinheiro tomado de assalto na agência do Banco do Brasil da Avenida João XXIII em 2017. 

A defesa do policial também nega o envolvimento dele com o crime. “Nós fizemos a defesa e comprovamos a inocência dele. Estão promovendo uma verdadeira ‘festa’ com o nome do W. Silva, como se ele fosse um bandido perigoso, não existe sentença que o defina como tal”, assegura Bisneto que aponta que o policial se apresentava regularmente a Justiça por ser investigado em outro processo.

Otoniel caracteriza as acusações contra os policiais como ação para poupar outros agentes de segurança que de fato estão envolvidos nos crimes. “Esses nomes vão aparecer durante o processo de instrução. No devido tempo esse nomes irão aparecer e serão ventilados”, disse o advogado. 

Valmir Macêdo
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