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Festival de Berlim começa hoje com filmes brasileiros na disputa

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O Festival de Cinema de Berlim começa nesta quinta-feira (5) com "Trama internacional", thriller em que Clive Owen é um agente da Interpol que investiga as práticas dúbias de um dos bancos mais poderosos do mundo. O diretor do festival, Dieter Kosslick, disse que a escolha do filme de abertura foi fortuita, em vista da crise bancária global em que o mundo ocidental está mergulhado.
 

"Se tivéssemos exibido esse filme seis meses atrás, muita gente não teria acreditado no que ele mostra", falou Kosslick. "Mas agora ele pode ser visto até como uma espécie de documentário.

"Trama internacional", do diretor Tom Tykwer, dá o pontapé inicial em 11 dias de sessões de cinema, tapete vermelho, glamour, celebridades e publicidade em Berlim, o primeiro dos três grandes festivais europeus de cinema realizados anualmente. Os outros dois são Cannes e Veneza.

 Dois longas brasileiros participam do festival, no programa "Panorama". José Padilha, que venceu o Urso de Ouro em 2008 por "Tropa de elite", volta ao evento com o documentários "Garapa". O filme aborda a fome e a miséria. Padilha seguiu por 30 dias a rotina de três famílias cearenses em situação de "insegurança alimentar grave".
 

Na programação consta ainda "Vingança", do diretor Paulo Pons, com Bárbara Borges, Erom Cordeiro, Branca Messina, Guta Stresser e Marcio Kieling no elenco. O filme conta a história de uma jovem, filha de um fazendeiro, que é violentada, morta e abandonada à beira de um rio. Tempos depois, um misterioso jovem chega ao Rio de Janeiro em busca do criminoso.

A mostra 'Panorama' faz parte do programa oficial do evento e apresenta novos trabalhos de diretores renomados. A seleção dos filmes dá uma visão geral das tendências do cinema mundial.

Destaques da programação

O festival de Berlim tem fama de dar destaque para o cinema contundente, e este ano não será exceção à regra. Na competição principal, "Storm" examina o legado da guerra na ex-Iugoslávia, enquanto "Mammoth" trata da globalização e dos migrantes econômicos.
 

Rachid Bouchareb, que fez o criticamente aclamado "Dias de glória", vai levar ao festival "London river", sobre duas pessoas em Londres à procura de seus filhos após as explosões de 7 de julho de 2005 no sistema de transportes públicos da cidade.

Fora da competição principal, Michael Winterbottom vai apresentar o documentário "The shock doctrine", baseado num livro de Naomi Klein e argumentando que poderosos em todo o mundo exploram a guerra e os desastres para suas finalidades próprias.

"Rachel" é um documentário que investiga a morte, em 2003, da ativista americana Rachel Corrie, atropelada por uma escavadeira israelense quando tentava impedir a demolição de casas palestinas.

E o ator e ativista verde Leonardo DiCaprio está previsto para comparecer ao evento Cinema pela Paz, durante o festival, para defender a causa ambiental.

Diferentemente de outros anos, porém, Berlim também terá boa dose de comédias e romances. "A Pantera Cor-de-Rosa 2", com Steve Martin no papel do desastrado Inspetour Clouseau, fará sua premiére internacional no festival.

Em "Cheri," o diretor Stephen Frears e a atriz Michelle Pfeiffer voltam a trabalhar juntos mais de 20 anos depois de sua colaboração em "Ligações perigosas."

A comédia dos anos 1950 "My one and only," com a premiada com o Oscar Renée Zellweger, vai aumentar a presença de celebridades no tapete vermelho, garantindo ao festival o tipo de exposição à mídia de que precisa para crescer.
 

À noite na fila

O início do Festival de Berlim atraiu inúmeros apaixonados pela sétima arte, que viraram a noite na fila para comprar entradas para os filmes que serão exibidos no evento.

Na fila, há de alemães a ingleses, russos e japoneses ávidos por ver suas produções favoritas, a poucos metros do Potsdamer Platz, onde se hospedam estrelas como Kate Winslet e Michelle Pfeiffer, duas das muitas atrações da Berlinale. Além delas, o ator mexicano Gael García Bernal, o cineasta britânico Stephen Frears e o diretor brasileiro José Padilha são convidados do evento.

Berlim celebrará os 20 anos da queda do Muro, em novembro, com uma retrospectiva dedicada ao cinema dos países comunistas no final da Guerra Fria e uma série de curta-metragens sobre a Alemanha de 2009, realizados por figuras do cinema nacional como Fatih Akin ("Do outro lado") e Wolfgang Becker ("Adeus, Lenin").

O júri será presidido este ano pela atriz inglesa Tilda Swinton, ganhadora de um Oscar em 2008. Os outros jurados são a espanhola Isabel Coixet, o burquinense Gaston Kaboré, o sueco Henning Mankell, o alemão Christoph Schlingensief e os americanos Wayne Wang e Alice Waters.

O grande vencedor do Urso de Ouro de Melhor Filme será escolhido no dia 14 de fevereiro entre as 18 produções indicadas.

O cineasta português Manoel de Oliveira, o vencedor do Urso de Ouro há 50 anos Claude Chabrol e o produtor Guenter Rohrbach receberão homenagens especiais vai ser agraciado, a 10 de Fevereiro, com a "Berlinale Kamera" do Festival Internacional de Cinema de Berlim, galardão que distingue personalidades ou instituições estreitamente ligadas ao certame.

 
Fonte: G1
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