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Brancos ganham até 74% a mais que pessoas de cor preta no Piauí, diz pesquisa

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Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) mostra que, no Piauí, o rendimento médio proveniente do trabalho recebido pelas pessoas de cor branca é 74,1% superior aos ganhos da população de cor preta. O valor é de R$ 1.931 para brancos, enquanto as pessoas de cor preta recebem R$ 1.109 em média. 

Segundo a pesquisa, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado com maior desigualdade é Sergipe, onde o rendimento das pessoas de cor branca é 124,7% maior do que o das pessoas de cor preta. No Brasil, esse índice ficou em 79,3%. 

Ainda de acordo com a pesquisa, também há disparidade na comparação entre o valor recebido pelas pessoas de cor branca e pelas de cor parda. Os rendimentos médios das pessoas de cor branca (R$ 1.931) são 51,8% maiores do que os valores recebidos pela população de cor parda (R$ 1.272) no Piauí. Sergipe, novamente, lidera a desigualdade, onde os habitantes de cor branca ganham 86,6% mais do que aqueles de cor parda. No Brasil a média é de 74,5%. 

Tabela: IBGE

Homens recebem 13,8% mais do que as mulheres 

Os dados da Pnad mostram ainda que, no Piauí, os homens ganham 13,8% a mais que as mulheres. As pessoas do sexo masculino recebem, em média, R$ 1.451 e as pessoas do sexo feminino R$ 1.275. Em Minas Gerais, há o maior percentual de desigualdade nos rendimentos por sexo. Os homens recebem 44,3% mais do que as mulheres. No Brasil, homens ganham 28,7% acima do valor médio recebido pelas mulheres. 

Gráficos: IBGE

Rendimento médio do trabalho no Piauí

O Piauí, segundo a pesquisa, registrou em 2019 a 2ª menor renda média no país entre os trabalhadores. A média é de R$ 1.379. O estado ficou à frente apenas do Maranhão (R$ 1.325). Segundo o IBGE, a média de rendimento proveniente do trabalho verificada no Piauí representa 59,7% do valor obtido no Brasil (R$ 2.308).

A pesquisa mostra que o contingente de piauienses que possuíam rendimento de todos os trabalhos passou de 35,4% em 2018 para 36,9% em 2019. No Brasil, também houve crescimento nesse número, de 43,4% em 2018, chegando a 44,1% da população.  

Além do rendimento proveniente do trabalho, cerca de 15,7% dos piauienses recebem aposentadoria ou pensão e 13,4% recebem outros rendimentos, como seguro-desemprego, programas de transferência de renda do governo, bolsas de estudo, aplicações financeiras ou rentabilidade da poupança.  Aproximadamente 3,6% ganham pensão alimentícia, doação ou mesada de pessoa que não mora no domicílio e cerca de 1% obtêm renda de aluguéis ou arrendamentos.

Piauí possui o 3º menor rendimento médio real do país

A Pnad diz também que o rendimento médio real do Piauí, considerando todas as fontes de renda, é R$ 1.385. O valor é o 3º menor do país. Apenas Alagoas (R$ 1.348) e Maranhão (R$ 1.223) possuem rendimentos inferiores ao Piauí. No Brasil, o rendimento médio real de todas as fontes é R$ 2.244. O valor registrado no Piauí equivale a 61,7% da média do país. Ainda assim, o Piauí teve o 4º maior crescimento no rendimento médio real de todas as fontes, tendo aumentado em 13% de 2012 (R$ 1.224) a 2019 (R$ 1.385).

Hérlon Moraes
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