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Covid-19 revela cenário desafiador para profissionais de fisioterapia

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A linha de frente no combate à covid-19, doença infecciosa causada pelo SARS-CoV-2, tem movimentado profissionais das mais diversas áreas como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, técnicos de enfermagem, psicólogos, auxiliares, entre tantos outros que contribuem desde a atenção básica à saúde até os casos mais complexos. 
 
Uma das consequência causadas pelo Coronavírus é o comprometimento do trato respiratório. Grande parte dos pacientes infectados apresentam leves sintomas ou até mesmo não os desenvolvem. Porém, alguns pacientes evoluem para um estágio mais grave, necessitando de hospitalização e, em alguns casos, de ventilação mecânica (VM).
 
É nesse contexto que entra o papel do profissional de fisioterapia, que desempenha um importante atuação mediante os sintomas da covid-19 com a finalidade de contribuir para o tratamento dos sintomas ocasionados pela doença.
 
De acordo com a Fisioterapeuta Luma Pádua, Plantonista do Hospital de Campanha Padre Pedro Balzí, em Teresina, e preceptora de práticas clínicas e hospitalares do curso de graduação de Fisioterapia da Unifacid, a conduta do fisioterapeuta pode variar de acordo com a necessidade do paciente, podendo ser aplicadas técnicas de fisioterapia respiratória como manobras de re-expansão pulmonar para manter as capacidades pulmonares, bem como técnicas de fisioterapia motora para preservar mobilidade e amplitudes de movimento.
 
"No caso em que pacientes evoluem para uma forma mais agravada da doença, é indicada uma avaliação constante, com monitorização dos paramentos vitais, reconhecimento do esforço respiratório e a necessidade de ofertar oxigênio, de acordo com os protocolos de manejo de pacientes com COVID-19", afirma Luma.
 
Especialista em Unidade de Terapia Intensiva, Luma Pádua ressalta que no caso dos pacientes que apresentam insuficiência respiratória, necessitando de ventilação mecânica através de tubo endotraqueal ou traqueostomia, cabe ao fisioterapeuta a montagem do ventilador mecânico, programação de parâmetros admissionais para garantir uma ventilação adequada e protetora, assistência ventilatória e constante vigilância para minimizar danos pulmonares e adequar o tratamento para recuperação do paciente. 
 
Já no último  nível de atenção, consiste a reabilitação funcional dos pacientes, que em muitos casos, irão ter tempo de internação hospitalar superior a 7 dias, ocasionando perda de massa corpórea e redução de funcionalidade", completa.
 
PÓS-CORONAVÍRUS
Esse cenário desafiador de enfrentamento da COVID-19 requer uma dedicação redobrada dos fisioterapeutas e dos profissionais de saúde em geral para continuar atendendo os pacientes, sobretudo aqueles que mais precisam de cuidados.
 
Mas o outro ponto de atenção vem de pacientes críticos que em muitos casos necessitarão de cuidados da fisioterapia mesmo após desospitalização. 
 
Tendo em vista a importante redução das capacidades pulmonares que comprometem a qualidade de vida das vítimas desta pandemia, é necessário se atentar para que haja serviços de fisioterapia respiratória prontamente aptos para essa demanda de pacientes. Pesquisas mostram que 30% das pessoas que se curam da covid-19 têm uma redução importante da capacidade pulmonar. 
 
Durante a internação os pacientes são submetidos a altas doses de sedativos e medicamentos antiflamatórios para tentar controlar a inflação aguda pulmonar. Essa combinação de medicamentos, somado ao tempo prolongado a hipoatividade dos pacientes na UTI, respirando através de um equipamento de ventilação mecânica podem prejudicar as funções respiratórias.
 
A Fisioterapeuta Luma Pádua ressalta que é fundamental que as pessoas deem continuidade a atenção fisioterapêutica após a alta hospitalar  e sigam em avaliação constante com equipe multiprofissional para analisar as sequelas adquiridas  com a Síndrome Pós Terapia Intensiva. 
 
"Quando um paciente tem indicação de alta do Covid-19 é recomendado manter-se ativo, em continuidade aos exercícios que foram ensinados durante a internação e envolver os cuidadores e familiares para garantir a vigilância e orientação sobre as condições clínicas funcionais destes pacientes visando uma força tarefa de atuação da equipe multiprofissional  e a família tendo como resultado a recuperação da capacidade funcional e o retorno às atividades de vida diária", finaliza Luma Pádua.
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