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Escolhida para entregar flores ao Papa, mulher relembra racismo que sofreu na escola

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Foto:reprodução

Hoje, com 48 anos de idade, a técnica em Enfermagem e mãe de quatro filhas, Maria Joelma do Nascimento Oliveira, não esquece do  que viveu no dia 8 de julho de 1980.  

Ela tinha apenas 8 anos quando foi escolhida na escola filantrópica onde estudava para presentear o papa João Paulo II com um buquê de flores durante sua visita a Teresina, há exatos 40 anos. 

Desde as primeiras horas desta quarta-feira Joelma se emociona lembrando do momento histórico que protagonizou. Até o cheiro do papa João Paulo II ela afirma que ainda consegue sentir. 

Foto: arquivo Governo do Estado

"É como se tivesse sido ontem. Ele tinha um cheiro de talco, cheiro suave, é como se eu tivesse sentindo o tempo todo, sabe? Nunca esqueci", contou Joelma entrevista à jornalista Nadja Rodrigues, no programa Tem de Tudo, da Rádio Cidade Verde.

Joelma recebeu das mãos do papa, que se tornou santo em 2014, um terço, que hoje está com uma filha dela, que mora no Equador. "Eu me sinto por muito agraciada por ter recebido essa missão de  entregar esse buquê pra ele, de ter recebido o terço, dele ter me abençoado. Quando ele me abraça ele beija a minha testa e me abençoa. Eu me sinto muito abençoada", disse Joelma.

Racismo 

Joelma relembra que quando a diretora da escola entrou na turma e lhe escolheu para entregar as flores ao papa João Paulo II foi vítima de racismo. 

Ela conta que uma aluna, loira, questionou, imediatamente: "Ué, por que ela que é pretinha foi escolhida?"

"Isso me marcou até hoje, nunca esqueci, lembro até o nome da coleguinha. Eu nunca esqueci disso porque, como sou pretinha, na época sofri certo preconceito na sala de aula. Naquele tempo já tinha isso (se referindo ao racismo)", lamenta.

Terço que ela ganhou do Papa

 

Izabella Pimentel
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