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Covid: pesquisador diz que Piauí pode chegar a estabilidade, mas depende do isolamento

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O professor Jeferson Leite, doutor em matemática aplicada com ênfase em modelos matemáticos em epidemiologia, comenta que Teresina já pode ter atingido o platô da Covid-19 e que a capital piauiense começa a ter a estabilidade matemática dos casos. No entanto, devido a diferentes comportamentos nos demais municípios, o Piauí pode alcançar essa estabilidade dos casos no final de julho para início de agosto. 

Jeferson Leite explica que o acompanhamento do que seria o desenvolvimento geral da doença ao longo da pandemia em Teresina começou no final do mês de março para começo de abril. 

"Usamos o modelo SIR, suscetível infectado recuperado. Tirando uma média do isolamento social de 50% nós teríamos o pico da doença por volta do dia 10 de junho. Quando você faz uma análise, inclusive de mortes, geralmente é o reflexo de algo que já aconteceu. Então, esse reflexo seria em torno do dia 25, 26 de junho. As estimativas foram as que a gente estava esperando". O platô é o pico mais esticado dos casos confirmados da doença. 

O professor acrescenta que os estudos irão acompanhar as pesquisas com testes sorológicos para reforçar o entendimento sobre como a doença está se comportando em Teresina. "Em termos matemáticos, no comportamento estatístico, nós temos uma estabilidade dos casos em Teresina".

Piauí

Um estudo de estimativa para todo o Piauí também foi elaborado, mas que "as diferentes medidas sociais restritivas em todo o Piauí podem fazer a diferença na hora de ter essa estimativa". O professor comenta que alguns lugares do interior podem já ter atingido o pico da doença. 

"Nós fizemos algo similar do que foi feito em Teresina: algumas particularidades precisam ser observadas porque o pico de Teresina é diferente do pico de outra região, porém a estatística que nós temos a nível de Piauí é que o número de casos comecem a estabilizar no fim desse mês para início de agosto". 

O professor ressalta que a Covid-19 é uma doença peculiar, por ser nova no mundo. "Nós pegamos uma estimativa do que estava acontecendo em termos de r-zero, que é a taxa de  reprodutividade basal, quando um indivíduo infectado pode infectar outros indivíduos. Em cima dessa média de r-zero aliada ao isolamento social nós conseguimos fazer estatísticas interessantes no que diz respeito ao desenvolvimento viral".

Isolamento social 

O pesquisador destaca que mesmo as estatísticas apontando para o platô da doença em junho é necessário manter o respeito as medidas restritivas e ao isolamento social. 

"Do que estava se apresentando até o final do mês passado, nós tínhamos e foi confirmado a estimativa desse platô. Porém, o isolamento social é extremamente importante nesse momento que nós não temos vacinas e não temos tratamento".

"Ainda foi constatado nessa pesquisa, que um quarto das pessoas em Teresina estão contaminadas, ou seja, 75% da população podem se contaminar. Então, essa questão do isolamento social e das medidas restritivas se montra interessante para continuar contento o avanço do vírus". 

 

 

Carlienne Carpaso
[email protected] 

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