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IBGE diz que 32% dos municípios do Piauí com esgotamento despejam esgoto em rios

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Montagem: arquivos Cidadeverde.com

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que 32% dos municípios piauienses com esgotamento sanitário fazia o descarte de esgoto sem tratamento em lagos e rios no ano de 2017, colocando em risco a qualidade da água para o abastecimento humano. 

 A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) 2017, divulgada nesta quarta-feira (22), aponta as "prestadoras de serviço de esgotamento sanitário em sete municípios do Piauí declararam que a disposição final do esgoto sem tratamento era feita em lagos ou lagoas e em uma cidade as entidades afirmaram que o descarte era feito em rios". 

"A disposição de esgoto sem tratamento nos corpos hídricos compromete a qualidade das águas, causando impactos diversos no abastecimento humano, na transmissão de doenças, na balneabilidade, entre outros aspectos", diz o IBGE. 

O IBGE acrescenta que "o descarte dos efluentes tratados era feito por dez municípios em rios e três cidades faziam a disposição final em lagos ou lagoas. Havia 18 municípios do Piauí com Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) em 2017. Elas estavam em operação em 15 municípios, em dois estavam inacabadas e em um estava concluída, mas ainda sem utilização. Apenas em nove cidades as ETEs possuíam licença ambiental para funcionamento".

"O destino final do lodo produzido durante o processo de tratamento do esgoto era, para seis municípios, o aterro sanitário. Em quatro cidades, o descarte era feito no lixão, em terreno baldio ou aterro controlado. Em outros quatro municípios, o lodo era descartado em corpos d’água e dois faziam a incineração". 

As informações da PNSB 2017 foram coletadas diretamente junto às entidades executoras dos serviços de saneamento básico dos municípios.

Aumento no abastecimento 

Um dado positivo da pesquisa envolve o crescimento no número de municípios abastecidos com água da rede geral do Piauí. 

"De 2000 a 2017, cresceu em 10% o número de municípios piauienses que contam com serviço de abastecimento de água proveniente da rede geral. Eram 200 cidades em 2000, quantidade que passou a 220 em 2017. Apesar do crescimento, quatro municípios do Piauí ainda não tinham serviço de abastecimento de água via rede geral em 2017".

Racionamento de água

A pesquisa também revela que "o racionamento sazonal de água foi mais frequente entre os meses de agosto e dezembro, considerando as ocorrências de 2015 a 2017 nos municípios piauienses".

"Considerando somente os racionamentos ocorridos em 2017, foram afetados 41 municípios piauienses. O principal motivo, relatado por entidades prestadoras de serviço em 26 municípios, foi a seca ou estiagem. Em 21 cidades, o racionamento durou por mais de 6 meses, conforme informado à PNSB".

Fraude na ligação

O IBGE destaca na pesquisa que "dos 224 municípios piauienses, em 110 deles houve perda de faturamento do serviço de abastecimento de água em 2017. Em 73,6% dos municípios em que isso ocorreu, o motivo para a perda foi a fraude nas ligações".

"A falta de hidrômetros foi a responsável pela perda no faturamento de 37,2% dos 110 municípios em que houve ocorrências. Os erros cadastrais foram responsáveis por perdas em 7,3% das cidades piauienses. Em 14,5% dos municípios foram registradas outras razões".

Intermitência ou racionamento de água

O IBGE em pesquisa constatou que "em 60,4% dos municípios piauienses com abastecimento de água via rede geral, a população enfrentava intermitência no fornecimento ou racionamento de água em 2017". 

  • Motivos para a intermidência ou racionamentode água: declarado por 54,1% das prefeituras era a deficiência na distribuição de água. Em seguida, vinham os problemas provocados pela seca ou estiagem (34,6%), a deficiência na produção de água (33,8%), a insuficiência de água no manancial (29,3%), outros problemas (20,3%) e população flutuante (6%)".

 

 


Carlienne Carpaso
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