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Sem trio elétrico e ministério, Gilberto Gil se diz livre

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O Carnaval de Salvador começou diferente para o ex-ministro da Cultura Gilberto Gil. Após 10 anos, será a primeira vez que ele deixará de comandar o Expresso 2222, trio que levou à avenida acompanhado por dezenas de convidados. Depois de seis anos consecutivos, Gil se apresenta sem ter de acordar na quarta-feira de Cinzas preocupado com a agenda de ministro. Se diz livre para aproveitar o Carnaval como folião e afirma que já tem coisa nova na cabeça para quando terminar a turnê de seu show Banda Larga Cordel que, depois de passar pelas principais capitais do País, visita cidades de médio porte do interior.
 

Aos 66 anos, Gil brinca que, apesar de ter deixado o trio e o ministério, não tem planos de aposentadoria. "Minha intenção era ficar no ministério por quatro anos e acabei lá por mais de cinco. Foi uma experiência gerencial bastante intensa. Agora tenho aproveitado meu tempo para descansar em minha casa. E tem sido muito bom", diz.
 

Leia os principais trechos da entrevista

Terra - Depois de 10 anos comandando o Expresso 2222, como foi a decisão de abandonar o trio?
Gilberto Gil - Na verdade, eu já comecei tarde. Fui para o trio com 55 anos de idade, muito estimulado pela Flora (mulher de Gil). Eu sempre dava canjas em outros trios e foi uma experiência muito bacana. Passaram pelo trio dezenas de convidados, como Lulu Santos, Jorge Benjor, Elba Ramalho... Foi uma adesão tardia e a carga estava pesada. Agora, montamos um palco em frente ao nosso camarote, o Expresso 2222, e ficarei solto para cantar com os amigos que passam. Essa sensação de liberdade, sem os compromissos do trio, me agradam a esta altura.

Terra - Fora do governo, o Carnaval é mais divertido?
Gilberto Gil - Sem dúvida. O poder consome muito. Ele se instala em nossos seres como um parasita, um sanguessuga. Como eu não era um político tradicional, me dediquei muito mais às exigências gerenciais do que às políticas. Foi bom, mas agora tenho podido descansar. É bom poder ficar em casa. Mas não pense que estou me aposentando, deixando tudo. Vem coisa nova por aí, pode ficar certo. (risos).

Terra - E como tem sido o seu dia-a-dia desde então?
Gil - Quando não estou com a turnê do meu show, descansar para mim significa ficar em casa. Tem gente que prefere viajar, mas não tenho esse espírito desbravador. Durante toda a minha carreira, como artista e como ministro, viajei muito, conheci muitos lugares.
 

Terra - E como pretende se apresentar neste ano no camarote?
Gil - Temos algumas coisas programadas ao lado de Seu Jorge, da Preta Gil, da Ivete (Sangalo). Desta vez vou diversificar os meus destinos. Vou poder cantar um pouco, com muita gente. O Carnaval aqui em Salvador é isso, uma diversidade bacana, que precisa ser aproveitada.

Terra - E a crise econômica? Mudou de alguma forma os seus planos para esta temporada folia?
Gil - Quando estávamos preparando o camarote, pensei que poderíamos ter mais problemas. Mas acredito que o Carnaval seja importante como investimento para as empresas. Mas, como qualquer cidadão, tenho preocupações com a crise, até mesmo no orçamento doméstico. É preciso ficar atento para manter a poupança em ordem. Certamente esta crise deixará marcas e é preciso gerir - principalmente o dinheiro público - de forma comedida.

Terra - Como o senhor viu a eleição de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos. Acha que ele seja capaz de impulsionar o país e ajudar o mundo a sair dessa crise?
Gilberto Gil - Eu gostei muito. Foi uma eleição muito interessante, importante historicamente. Ele tem sobre si uma carga muito grande, já que as expectativas são todas muito positivas. Por enquanto é difícil avaliar o desempenho dele, mas acredito que ele tenha condições de ser um ótimo presidente.

Fonte: Terra

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