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Retomando o Caminho reabre para atendimentos presenciais a ex-dependentes químicos

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Foto enviada pela Semcaspi

Buscar apoio terapêutico é um passo decisivo para sair da dependência do uso de álcool e outras drogas e a continuidade do acompanhamento após a terapia é essencial. Pensando nisso, a Prefeitura de Teresina retornou com as atividades presenciais no Centro de Convivência Retomando o Caminho, pioneiro no Brasil no atendimento a ex-dependentes químicos. A reabertura do espaço segue todas as exigências para evitar a disseminação da Covid-19.

Segundo a secretária municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), Janaína Carvalho, o Retomando o Caminho é o único centro de convivência em Teresina, e o primeiro do país, em que o público-alvo são adultos com uma particularidade específica. “O Centro foi inaugurado no ano passado e tem apresentado bons resultados, inclusive com destaque nacional por ser o primeiro direcionado a usuários em situação de vulnerabilidade social por decorrência do uso de drogas. O objetivo dessa iniciativa é a reinserção dessas pessoas no convívio familiar, comunitário e no mercado de trabalho”, explica.

Messias Antônio da Silva, de 47 anos, tem três filhos e frequenta o espaço há dois anos, após o tratamento que durou um ano na Fazenda da Paz. Através do Centro, Messias conseguiu emprego como vigia noturno e é voluntário no Albergue Casa do Caminho. “Se eu não tivesse o Centro de Convivência, acho que já teria voltado a usar drogas. Reconstituí o amor da minha família e amigos através do Centro, que ajudou não somente a mim, mas também minha filha. Ela conseguiu um serviço de menor aprendiz quando foi acompanhada por um gestor de talentos”, diz Messias.

De janeiro a setembro de 2020 foram realizados 2.106 atendimentos a usuários do serviço e seus familiares. “No ano passado, 1.950 pessoas que passaram por tratamento terapêutico foram atendidas no Centro de Convivência através de grupos de convivência, acompanhamento psicossocial e capacitação para entrevistas de emprego. Já esse ano, mesmo com a pandemia, esse número cresceu”, destaca Janaína Carvalho.

Durante a pandemia, o Centro realizou atendimentos remotos por meio de ligações e grupos de WhatsApp. As atividades presenciais retornaram somente no mês de agosto, seguindo um planejamento de biossegurança para assegurar a saúde dos atendidos e colaboradores. Neste mesmo mês, sete egressos das comunidades terapêuticas foram incluídos no mercado de trabalho.

Antônio José dos Santos Filho, de 40 anos, concluiu o tratamento para dependência de álcool e drogas em agosto e há dois meses está frequentando o Centro. Ele conta que faz questão de ir mesmo morando na cidade de Altos, pois considera importante a continuidade de seu tratamento através da instituição.

“Fazemos atividades em grupo e eles ensinam como se portar em uma entrevista de emprego, falam sobre família, é muito bom. Estou em processo de reinserção no mercado e sendo acompanhado pelo gestor de talentos. Eles fizeram também o encaminhamento para tirar meus documentos, pois eu não tinha carteira de trabalho e nem identidade”, destaca Antônio José.

O coordenador do Retomando o Caminho, Célio Barbosa, explica que as atividades promovem reflexões dentro de temáticas que envolvem os ex-usuários de drogas e a família, além de planos para o futuro. “Mesmo com a pandemia conseguimos inserir egressos no mercado de trabalho e continuamos articulando com as empresas. Buscamos fortalecer os vínculos e motivá-los para enfrentar as dificuldades da pandemia, além de fornecer informações para a construção e reconstrução de novos projetos de vida”, afirma Célio.

A Semcaspi, em parceria com a Fazenda da Paz, administra o Centro de Convivência Retomando o Caminho, fazendo o acompanhamento a jovens e adultos egressos de tratamento do vício de substâncias psicoativas em comunidades terapêuticas governamentais e não governamentais. O local oferece o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e possui capacidade para atender 80 pessoas, de todos os sexos, referenciadas pela rede de assistência.

 

 

Da Redação
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