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Risco de gasolina adulterada é maior no fim de semana

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A "gasolina do fim do semana" está fazendo vítimas em São Paulo. Quem abastece o carro entre a noite de sexta-feira e a manhã de segunda-feira corre mais riscos de comprar combustível adulterado. Nesses dias, os fiscais não trabalham e alguns vendedores de combustível aproveitam para vender gasolina com excesso de álcool e de solventes.


A kombi de testes deuma emissora de TV de São Paulo voltou a circular neste fim de semana para recolher amostras de gasolina. Foram escolhidos dois postos na via Kizaemon Takeuti, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. A gasolina é recolhida em um galão e levada para análise no sindicato dos donos de postos de São Paulo (Sincopetro).

O técnico examina o combustível do Posto do Sino. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) determina que a gasolina tenha 25% de álcool, com tolerância de 1% a mais ou 1% a menos. No caso do posto, a mistura tem muito mais álcool do que o permitido. O estabelecimento também foi reprovado na análise da composição química da gasolina.
 
A análise do Posto Pauli-car é pior, pois o teor de álcool é quase o dobro do limite autorizado. A análise química também indica excesso de solvente.
 

O problema é a gasolina do fim de semana, diz o sindicato dos donos de postos. “A gasolina do fim de semana é uma gasolina que tem uma mistura muito forte de álcool e solvente. É o pior dia pra abastecer”, diz o presidente do Sincopetro, José Alberto Gouveia.

A ultima blitz realizada pela ANP em um final de semana foi há nove meses.
“Com os poucos agentes que eu tenho aqui eu não consigo estar todos os finais de semana em campo, mas reconheço que a gente precisa encontrar uma maneira pra que a gente possa dar uma resposta mais eficiente à adulteração aos finais de semana”, afirmou Alcides Amazonas, diretora da ANP em São Paulo.


A reportagem voltou ao Posto do Sino e o gerente, Gilberto Júlio, disse que só compra combustível da distribuidora e se recusa a dizer para quem trabalha. “Desconheço isso aí. Isso aí eu não estou sabendo não. Se tem isso ai eu desconheço”.

No Posto Pauli-car, um funcionário também informa que o local não trabalha com gasolina adulterada. “A gente não trabalha com gasolina adulterada não. A gente recebe combustível da distribuidora, eles mesmos que descarregam aqui. Embora nos tenhamos nossos caminhões próprios, quem esta descarregando aqui é só a companhia”, diz um funcionário.

O sindicato dos donos de postos promove na quarta-feira (4) um seminário na capital, com representantes do setor de combustíveis para discutir mudanças na lei para permitir o fechamento rápido de postos que vendem gasolina adulterada.
 

Os dois postos que aparecem na reportagem são de bandeira Shell. Em nota, a distribuidora disse que tem uma política intransigente em relação à qualidade dos seus produtos e que é obrigação do posto testar o combustível na hora do recebimento. A Shell disse ainda que vai adotar medidas técnicas e jurídicas para demonstrar que não forneceu a gasolina adulterada.

Fonte: G1

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