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Seguranças arrastam e retiram jovens negros de shopping na Bahia

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Foto:reprodução

O adolescente negro é arrastado com truculência por dois seguranças pelos corredores do Salvador Shopping. Grita: "me solta". Pede socorro enquanto passa por lojas de luxo como Hugo Boss, onde um terno pode custar mais de R$ 5.000.

Capturada em vídeo nesta segunda-feira (28), a cena com a abordagem violenta que incluiu um mata-leão e atingiu dois meninos não identificados levantou acusações de racismo.
Os agentes privados levaram os dois para uma área interna do shopping, sob questionamentos de clientes que acompanhavam o desenrolar da história. É possível ouvir vozes dizendo que eram apenas crianças ali.

Uma outra segurança, uma mulher negra, guardou a porta por onde os garotos, que segundo testemunhas aparentavam ter entre 12 e 16 anos. Removeu a máscara para responder a consumidores que seguiram os agentes: "Você sabe o que foi que eles fizeram? Porque eles são agressivos".

Pelas redes sociais, o Salvador Shopping disse que "os colaboradores que aparecem nas imagens" (ou seja, o serviço é terceirizado) estavam "totalmente em desacordo com as orientações que recebem nos treinamentos periodicamente ministrados à equipe" e foram "imediatamente afastados de suas funções, até que tudo seja devidamente esclarecido, com a individualização das responsabilidades e a aplicação das sanções cabíveis".

A empresa disse também que "os dois jovens estavam causando desordem e ameaçando clientes e colaboradores no empreendimento". As cenas que circulam na internet "correspondem ao final de um longo período de negociação", e que depois um dos rapazes foi conduzido para a delegacia, e o outro liberado pela polícia. "Clientes que testemunharam o fato acompanharam os jovens até a condução às autoridades policiais. Ambos estavam com a integridade física preservada."

Segundo a PM baiana, um dos menores de idade foi acusado de agredir um funcionário e, portanto, acabou levado à Delegacia para o Adolescente Infrator.

O caso veio à tona após a publicitária Ágatha Ferreira, 28, à frente da Afro.TV, compartilhá-lo online. Ela conta que recebeu o vídeo anonimamente, pelo WhatsApp, de um frequentador do estabelecimento. "Os shoppings daqui merecem que a notícia ganhe uma proporção ainda maior. Esses casos são muito, muito comuns e são sempre abafados", diz.
No post em que o centro comercial dá sua versão dos fatos, a maioria dos comentários é desfavorável.

"Já vi tantos grupinhos de jovens fazendo arruaça no shopping e nunca vi ninguém nem pedir pra baixar o tom. Ops, eram brancos", reage um internauta. Outra resposta: Impressionante como uma empresa não aprende com o erro da outra. Nota de lamentação, repúdio, etc etc. Mudar que é bom, nada".

As comparações com o assassinato de Beto Freitas numa unidade gaúcha do Carrefour foram recorrentes.

Algumas pessoas, cuntudo, aprovaram a repreensão, como este homem: "Os seguranças estão corretos. Se estão fazendo arruaça tem que ser colocados para fora do estabelecimento. Pode ser branco, negro, azul, verde ou vermelho. Já vi muitas abordagens de uns santinhos que você fica com medo em negar o que eles vendem. Queria ver se eles quebrassem tudo, o que os defensores diriam".

A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e a Defensoria Pública baianas estão acompanhando os jovens, que não terão seus nomes revelados por serem menores de idade.


Fonte:Folhapress

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