Agora trintões, Nick Carter, Howie D., Brian Litrell e A.J. McLean não chegam a fazer feio nas quase duas horas de apresentação, já que cantam de verdade e se viram bem nas coreografias. Mas, por outro lado, deixam pistas de que não são mais os mesmos garotos de 15 anos atrás. Vira-e-mexe, deixam entrever uma barriguinha proeminente, ou ainda, no caso de A.J., a calvície em estágio avançado. Nada disso, no entanto, parece ter abalado os fãs, que cantaram cada refrão como se fosse 1997.
No palco, o quarteto se divide entre sucessos e músicas mais recentes – seu último álbum é “Unbreakable” (2007), que dá nome à turnê. E ainda há espaço para bajular as fãs – “vocês viram quantas meninas lindas há na platéia?”, disparavam – e fazer gracinhas – como quando surgem em um ringue, usando roupões de lutador ao som de “Eye of the tiger”, música-tema de Sylvester Stallone em “Rocky 3”.
A apresentação logo ganha ares de show de rock, e os garotos da rua de trás aparecem metidos em jaquetas de couro e camisetas de bandas tipo Black Sabbath. O grupo de apoio toca guitarra, baixo, teclado e bateria em alto volume, fazendo a trilha sonora para rodopios e chutes no ar. Mas a coisa esquenta mesmo na hora das dancinhas insinuantes, com direito a cadeiras, reboladinhas e línguas de fora.
Entre beijos e “tchauzinhos”, para (mais) delírio dos fãs, o grupo manteve a comunicação durante todo o show. “É por causa de vocês que estamos juntos por quase 16 anos. Sentiram a nossa falta? Estamos em estúdio gravando um novo álbum, o que significa que faremos uma nova turnê e voltaremos para São Paulo”, prometeram, aparecendo para o bis vestidos com camisas da seleção brasileira de futebol e uma faixa que dizia “Nossos esforços valeram a pena”.
Nostalgia
Na platéia, o clima era de nostalgia. Os amigos Luiz Hygino e Pedro Telles, ambos de 20 anos, estavam empolgados para relembrar a pré-adolescência, citando “I want it that way” e “The call” como algumas das canções preferidas. “Não tenho palavras para descrever a emoção de estar aqui. Dos oito aos 11, ouvia Backstreet Boys diariamente durante umas quatro horas seguidas. Me sinto com 14 anos novamente.”
Com faixas do grupo na cabeça, as estudantes Isabela Vasone e Gabrielle Bueno, ambas de 16 anos, usavam fraldas quando o Backstreet Boys surgiu, mas mesmo assim garantiram saber algumas músicas. “A gente não tinha idade para ir ao show quando eles vieram da outra vez, então aproveitamos para vir agora”, explicaram.