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População pobre tem o dobro do risco de ter Covid-19 no Brasil, revela estudo

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A cidade de Teresina participa de uma pesquisa nacional coordenada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) para traçar e quantificar o perfil das pessoas que contraíram o novo coronavírus no Brasil. Atualmente, o estudo Inquérito Nacional de Soroprevalência de Acesso Expandido (EPICOVID-19 BR) está na quinta fase e irá aplicar 150 mil testes em 133 municípios.  Dado preliminar aponta que os mais pobres têm o dobro do risco de ter coronavírus no Brasil em comparação às pessoas mais ricas no país. 

Para a realização do estudo, a UNIFESP está em parceria com laboratórios pelo país. Em Teresina, o responsável pela pesquisa é o farmacêutico industrial, Sylvio Colonna Romano, presidente da Bioanálise. A parceria para participar do projeto EPICOVID-19 surgiu pelo convite do laboratório Hermes Pardini, de Belo Horizonte.

Na metodologia da pesquisa, Teresina foi dividida em 25 áreas, sendo que, em cada uma dessas áreas, pelo menos oito casas são visitadas pelos técnicos. Os técnicos conversam com os moradores e explicam a proposta da pesquisa. Caso os moradores aceitem, os questionários e os exames são aplicados. 

Sobre Teresina, Sylvio Colonna comenta que a pesquisa foi iniciada no dia 26 de janeiro de 2021. “Hoje, dia 02 de fevereiro, já fizemos a pesquisa em 18 setores da cidade, restando apenas sete setores para serem cobertos. Em cada setor foram visitadas oito casas. Ainda não tenho o número exato de testes realizados, pois em cada casa visitada o número de moradores é variável, mas estimo que devemos ter realizado em torno de 600 a 700 testes”. 

O estudo já está na quinta fase e, segundo o farmacêutico, é a mais importante, “pois serão realizados 50% a mais de testes que nas quatro fases anteriores, em 133 municípios do Brasil. Outro ponto importante é que ela ocorre perto do final do primeiro ano de epidemia no Brasil e imediatamente antes do início da vacinação. Em Teresina deverão ser realizados de 1.000 a 1.200 testes”.

Dados preliminares 

Os resultados preliminares da pesquisa mostram que a prevalência do vírus na população foi de 3,8%, que é a média geral do Brasil no final da terceira fase do estudo, diz Sylvio Romano. Além disso, a pesquisa também aponta que os mais pobres possuem maior chance de ter a doença do que os mais ricos. 

“O contato da população com o vírus varia de região para região. Enquanto na região Sul a prevalência é de 1%, na região Norte é de 20% em média. Outro dado importante da pesquisa mostra que os 20% mais pobres da população tem o dobro de chance de contrair o vírus que os 20% mais ricos”, acrescenta.

 



Participantes

A cabeleireira Elcineia Brito e a filha Vitória participaram da pesquisa. Elas já possem doenças respiratórios, como asma e renite, e, por isso, as medidas de prevenção para não serem infectadas pelo novo coronavírus são redobradas. 

“A gente fica com medo desse problema. Não recebemos visitas, evitamos sair. É se cuidar como pode. Eu acho muito importante que as pessoas tomem consciência que essa doença não é brincadeira”, diz Elcineia.

Elas receberam em casa uma equipe do laboratório de Teresina que colabora com a pesquisa coordenada em São Paulo. 



Ao chegar na residência, o técnico de laboratório, Alex Cardoso, pergunta se os moradores gostariam de participar da pesquisa. O exame é gratuito. “A gente pergunta se eles querem participar, para saber se eles tiveram contato com o vírus, se já tem a imunidade. Se não tiverem, continuar tendo os cuidados necessários”. 

A comerciante Rafaela da Luz também participou da pesquisa e fez a coleta do material. “Eles perguntam como é a nossa higienização, se a gente já teve (a doença). Aqui eu não sei se já tive (a Covid-19) porque nunca tinha feito o teste. Agora estou tendo a oportunidade, gratuitamente”.


Carlienne Carpaso
[email protected] 

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