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Abertura de microempresa não sinaliza prosperidade na crise econômica, diz especialista

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A abertura de pequenas empresas em meio a pandemia da Covid-19 ao longo do ano de 2020 não sinaliza prosperidade na economia do Estado do Piauí, comenta o economista João Victor Souza ao analisar os dados de abertura com a realidade social da pandemia. A Junta Comercial do Estado (Jucepi) destaca que o estado registrou a abertura de 5.821 empresas no ano passado. Das empresas abertas, 84,09% estão enquadradas no porte de microempresa. 

João Victor destaca que a maior parte das empresas recentemente abertas são microempresas formadas por microempresários individuais. “São empresas formadas por pessoas com pouco capital para investir. Isso já demostra que essas pessoas podem ser justamente àquelas que perderam os seus empregos formais ou que juntaram uma pequena economia ao longo dos anos. Não são empresas formadas por grandes volumes de investimentos que chegaram até o estado. O que demostra que não é de fato uma prosperidade em meio à crise”. 

O economista destaca que no início da pandemia, em março de 2020, muitas empresas fecharam as portas, mas esses mesmos proprietários buscaram uma nova maneira de ter renda, abrindo outras empresas. 

Outro fator que deve ter ajudado a aumentar o número de novas empresas foi, justamente, a demissão de pessoas em empregos formais. Desempregados, muitos piauienses decidiram buscar o sustento da família por meio do empreendedorismo, com a abertura de empresas e CNPJ (cadastro nacional de pessoa jurídica).

Foto: Cidadeverde.com 



“Muitas empresas fecham e voltam a abrir. Então, muita dessas empresas abertas em agosto, setembro e outubro podem ter os mesmos donos daquelas empresas que fecharam no começo da pandemia e que (agora) reabriram. Outro fator que pode explicar isso são as pessoas que perderam os seus empregos formais e buscaram em meio a essa crise ter essa janela de oportunidade com os serviços remotos, como delivery, buscaram empreender”. 

Para o especialista, “o que podemos perceber é que o Estado, talvez, tenha conseguido se adaptar um pouco mais a essa transformação que a crise gerou. No entanto, a características das empresas, de serem empresas de pequeno porte, já demostra que a maior parte dos capitais é oriunda das próprias famílias piauienses, ou seja, foram alternativas parar buscar a renda nesse momento de crise”.

Carlienne Carpaso
[email protected] 

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