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Após enxurrada, 70 famílias estão isoladas e morador relata riacho tomado por lama

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Foto:EnviadaaoCidadeverde.com

A enxurrada que destruiu parte da PI-392, na última terça-feira (9), deixou mais de 70 famílias da Comunidade Laranjeiras, no município de Currais, a 612 quilômetros de Teresina, isoladas. É a segunda vez que o trecho da rodovia rompe.

O morador da região e estudante universitário José Wylk denuncia que, além do impacto social, a comunidade também sofre com problema ambiental. Por causa da enxurrada os buritizais do povoado estão comprometidos e o riacho que ajuda na subsistência das famílias foi tomado por lama. 

José Wylk explica que o prejuízo não ficou apenas para o escoamento de soja e defende diálogo entre moradores e poder público para resolver o problema.  

“A comunidade não pode ficar no prejuízo. Não é só a questão do escoamento da soja, há um contexto social e ambiental envolvido. Atualmente a situação é de calamidade ambiental e social por parte da comunidade, que está impedida de acessar a água do riacho para realizar suas necessidades. Hoje o cenário também é de destruição na ladeira e no Meio Ambiente, causando impactos diretamente na vida das pessoas que formam a Comunidade Laranjeiras. A comunidade atualmente está isolada devido ao rompimento da ladeira que acessa os demais municípios e ao cerrado. A comunidade Laranjeiras é composta por cerca de setenta famílias e aproximadamente 300 pessoas que residem na comunidade”, denuncia. 

O universitário denuncia, ainda, que os impactos causados são decorrentes do desmatamento descontrolado do bioma cerrado. 

“Devido ao longo processo de plantio, de aplicação de insumos, adubos, inseticidas e agrotóxicos, chega ao ponto que o solo não consegue filtrar a água da chuva e causa toda essa grande quantidade de água juntamente com a massa de resíduos químicos que  formam correntezas em direção às áreas baixas onde está localizada a Comunidade Laranjeiras”, explica José Wylk.  Devido a situação, o trecho da rodovia precisou ser interditado e os motoristas passaram a ser orientados a utilizarem rotas alternativas, como a Serra do Quilombo, BR-135 ou pelo município de Palmeira do Piauí. 

Devido ao rompimento, o trecho da rodovia precisou ser interditado pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER) e os motoristas passaram a ser orientados a utilizarem rotas alternativas, como a Serra do Quilombo, BR-135 ou pelo município de Palmeira do Piauí. 

A equipe completa dos técnicos do DER-PI deve chegar na segunda-feira (15)  ao local para avaliar os reparos e elencar os trabalhos que que devem ser realizados na PI. Por isso,  ainda não há  previsão de conclusão da obra. 

O órgão explica, ainda, que as causas para o rompimento da pista estão diretamente relacionadas ao avanço do desmatamento e às alterações topográficas para receber plantio de grãos naquela região, ocasionando o desvio das águas pluviais em grande intensidade para o leito estradal.

Izabella Pimentel
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