Roberta Aline
A pandemia trouxe o isolamento social e com ele a mudança na rotina do brasileiro, afetando a vida de diversas formas: mudança de hábitos alimentares, ansiedade e até impactos nas noites de sono. Isso mesmo, dormir bem tem se tornado cada dia mais difícil. Mas por que estamos com essa dificuldade e o que é possível fazer para voltar a ter uma boa noite de sono?
Um estudo realizado em parceria com a Universidade Federal do Rio do Sul (UFRGS), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade de Valência, na Espanha, entrevistou 22 mil pessoas e revelou que 44% dos brasileiros modificaram hábitos alimentares, 50% relataram alterações no sono e 51% mudança nos níveis de estresse.
A neurologista Letícia Lux explica que existem diversos fatores que estão fazendo as pessoas dormirem mal nesse período.
“Existe uma série de fatores, como o estresse e a ansiedade por medo do vírus, mas o que está mais presente é a alteração da rotina. Com a permanência em casa estamos ficando sem horário para acordar, comer, trabalhar ou fazer uma atividade física, isso desregula nosso relógio biológico”, explica a médica.
O isolamento provocou o surgimento de ansiedade e o aumento de diversas doenças. A neurologista lembra ainda que a ansiedade é um grande vilão do sono e isso pode causar riscos à saúde.
“Devemos ficar atentos às alterações no sono. Geralmente, quem dorme mal tem mais chances de desenvolver um quadro de arritmias cardíacas e hipertensão. A junção desses quadros pode causar a contração dos vasos sanguíneos e levar a complicações cardíacas, alterações no humor, além de contribuir para outros problemas de saúde”, explica a médica.
De acordo com Letícia Lux, “Para dormir melhor devemos fazer atividades físicas, ter uma alimentação regulada e com horários certos, além de ter uma rotina antes de dormir, como evitar a ingestão de alimentos com cafeína e o uso do celular e outros eletrônicos pelo menos uma hora antes de dormir”, finaliza.
